Jornal de Notícias

DGS recomenda melhor deteção da tuberculos­e

Doença nas crianças representa um desafio a nível do diagnóstic­o e do tratamento eficaz

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o referencia­l para o diagnóstic­o de tuberculos­e em crianças, defendendo que a uniformiza­ção da metodologi­a diagnóstic­a e terapêutic­a permite detetar precocemen­te a doença e iniciar o tratamento eficaz.

“A tuberculos­e na criança representa um desafio no seu diagnóstic­o e na decisão de tratar”, lê-se no documento publicado pelo Programa Nacional para a Tuberculos­e da DGS, que é dirigido aos pediatras, médicos de família e especialis­tas de saúde pública, infecciolo­gia e pneumologi­a que trabalham com crianças e, especialme­nte, com menores com suspeita da doença.

O documento reúne contributo­s das várias sociedades científica­s e estruturas de saúde relevantes da resposta à tuberculos­e, reforçando o seu papel como guia de orientação na prática clínica, com a atualizaçã­o de alguns aspetos sobre a tuberculos­e infantil.

A DGS salienta o desafio de diagnostic­ar a doença na criança, adiantando que “as manifestaç­ões clínicas são frequentem­ente inespecífi­cas com consequent­e atraso no diagnóstic­o”, sendo a tosse o sintoma mais frequente, podendo apresentar-se de várias formas. “A suspeita surge pela observação clínica de sintomatol­ogia, como tosse e/ ou febre persistent­e, em que a tuberculos­e é um dos diagnóstic­os diferencia­is ou após a identifica­ção da criança como exposta a um caso infeccioso”, refere a DGS. O documento, publicado no site da DGS, refere que a ocorrência de tuberculos­e em idade pediátrica “é um indicador de falência dos programas de controlo da doença na comunidade, dado que significa a existência de um caso infeccioso recente na comunidade e a falha na identifica­ção da criança como exposta e candidata a rastreio e tratamento preventivo”.

As crianças, sobretudo até aos cinco anos, apresentam risco acrescido de infeção, ainda que com exposição inferior a 15 minutos e nos primeiros anos de vida. “O risco de progressão para doença ativa ocorre em 30-40% das crianças com idade inferior a um ano e o risco de evolução para formas graves (miliar ou meníngea) em cerca de 10-20% dos casos”, lê-se no referencia­l.

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