Estudantes exigem fim dos exames nacionais
Movimento Voz aos Estudantes angariou mais de seis mil assinaturas num abaixo-assinado que será entregue hoje no Ministério da Educação
Por todo o país, os estudantes do Ensino Secundário têm-se juntado na luta pela valorização das escolas públicas. Nas palavras dos estudantes, querem alcançar a “escola de Abril”, uma escola democrática e de qualidade. Com esse objetivo, durante três meses, reuniram mais de seis mil assinaturas num abaixo-assinado, que vão entregar hoje ao Ministério da Educação. Os estudantes pediram uma reunião com o ministro, Fernando Alexandre, mas ainda não há confirmação da realização da mesma.
Os alunos exigem a contratação de profissionais, de forma a preencher a lacuna evidente provocada pela falta de professores, funcionários e psicólogos, o fim da sobrecarga de horários e melhores transportes públicos.
Também alertam para a necessidade de fazer obras nas escolas. Mas um dos principais motivos de luta é o fim dos exames nacionais. São assuntos prementes para o Movimento Voz aos Estudantes. Tiago Antunes tem 16 anos e estuda no Liceu Camões, em Lisboa. En
quanto um dos porta-voz do movimento, explicou, ao JN, que os exames nacionais “desvalorizam a avaliação contínua e barram a entrada de muitos estudantes no Ensino Superior”.
As provas “acentuam as desigualdades” entre os alunos, que tiveram percursos muito diferentes, acrescentou. Para o movimento, as soluções podem passar por existirem provas de acesso nas próprias faculdades ou a avaliação figuido
nal ser a avaliação contínua, sem testes com um impacto tão grande como atualmente. Contudo, não se opõem à realização de provas de aferição.
A LUTA CONTINUA
O Movimento Voz aos Estudantes organizou por várias escolas do país uma semana de luta que começou a 18 de março, com concentrações à porta das escolas e pintura de faixas reivindicativas.
Apesar de terem conse
as assinaturas que precisavam para o abaixo-assinado a luta não fica por aí. Ambicionam reunir com o Ministro da Educação para apresentar as propostas que têm.
Ao JN, Tiago Antunes informou que vão continuar a desenvolver os protestos, tendo o movimento organizado uma “semana de agitação”. Ainda assim, o seu papel principal continua a ser manter o contacto com os estudantes.