Movimento inorgânico ameaça boicotar Rally de Portugal
Carta partilhada em grupos de polícias nas redes sociais exige acordo com o Governo sobre subsídio de risco até 10 de maio
Um movimento inorgânico da PSP e da GNR está a apelar ao boicote dos serviços gratificados no Rally de Portugal nos dias 11 e 12 de maio, bem como nos jogos de futebol que se realizarem nesse fim de semana. Afirma que o atual Governo os “quer ignorar/ludibriar” e reclama até 10 de maio um acordo sobre um subsídio de risco equivalente ao atribuído na Polícia Judiciária.
“Muitas vigílias se fizeram, manifestações gigantes, com adesões massivas e o Governo apenas nos ignorou. Vários elementos da PSP foram transferidos das suas funções, como forma de repressão, a lutar por nós todos”, lê-se na carta de duas páginas que circula em grupos de polícias nas redes sociais.
O movimento apela aos membros das forças de segurança para que continuem a “reivindicar arduamente” um subsídio igual ao da PJ, por temer que o atual primeiro-ministro, que afirmou que após as eleições “iria reunir rapidamente com as forças de segurança para resolver a grande injustiça criada pelo anterior Governo”, não cumpra a sua palavra. “É fácil concluir que o atual Governo nos quer ignorar/ludibriar”, diz o movimento, apesar de a nova ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, já ter tido uma primeira reunião com uma plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR.
DIRETOR “PREOCUPADO”
Na sequência da ameaça de boicote aos serviços remunerados que habitualmente garantem a segurança do Rally de Portugal e dos jogos de futebol, o diretor da PSP, José Barros Correia, manifestou-se “naturalmente preocupado” com “tudo o que sejam ações que possam pôr em causa a segurança das pessoas e de Portugal”, mas considerou que os polícias têm sentido de missão.
“Eu acredito nos homens e nas mulheres que estão da PSP. As pessoas que estão na polícia são responsáveis e naturalmente terão um comportamento adequado”, disse, à margem de uma cerimónia na Autoridade de Proteção Civil.
Questionada pelos jornalistas, na mesma cerimónia, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, comentou que os polícias são responsáveis.