Colónia balnear da Areia Branca vai ser hotel
Já há projeto para requalificar espaço na Lourinhã. Investimento ronda os quatro milhões
Um hotel “digno e com valor acrescentado”. É o resultado que a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) espera da nova vida da antiga colónia balnear da praia da Areia Branca, na Lourinhã, paredes-meias com o areal.
O concurso foi lançado em 2023, em conjunto com a Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos e o Município da Lourinhã. Das cerca de 30 propostas, foi escolhida a do arquiteto André Nave, do Salto Studio, de Lisboa.
O projeto, que passa agora à fase de execução e cuja obra custará cerca de quatro milhões de euros, vai integrar a bolsa de oferta do projeto Revive, explica ao presidente da CIMBB, João Lobo. Neste fundo o Estado tem a maior participação, através do Turismo de Portugal, sendo o restante de privados. A expectativa é que “um privado o venha a explorar, rentabilizando o imóvel e com retorno para os territórios da CIMBB”.
Curiosamente, quando se comemora o cinquentenário do 25 de Abril, esta construção arrojada para os anos 70, recebeu a primeira fornada de crianças do distrito de Castelo Branco em 1974. E recebeu milhares, tendo ficado inativa em 2009, após os estragos causados na cobertura por uma tempestade.
O projeto aprovado pelo júri pretende dar uma “nova pele” ao edifício, mantendo os traços originais, mas dotando-o de outro conforto. O betão da fachada principal é substituído por uma “cortina” envidraçada e cada quarto (nos pisos superiores) terá um balcão virado ao mar, invocando a memória dos tradicionais balcões da Beira Baixa, com os toldos de praia.
“Queremos tirar partido de quem teve a sagacidade de fazer um equipamento que é irrepetível”, porque “os planos da orla costeira nunca mais vão permitir que se construa um edifício daquela dimensão tão próximo do mar”, o que o torna, do ponto de vista da sua localização, “um edifício privilegiado”.