Lanchas voadoras servem tráfico de pessoas e droga
Autoridades lançam operação na Galiza e no Alto Minho contra organização criminosa que fornecia embarcações a traficantes no estreito de Gibraltar
Três portugueses são investigados num processo que levou a Guarda Civil a avançar com uma operação, em Espanha e Portugal, contra uma organização criminosa suspeita de fabricar e comercializar “lanchas voadoras” para o narcotráfico e para o transporte de migrantes no estreito de Gibraltar.
A operação decorreu não só na Galiza como em Valença, neste caso com o apoio da Polícia Judiciária de Braga, e foram feitas seis detenções, em Ourense e Pontevedra. Os três portugueses referidos e outros dois suspeitos não chegaram a ser detidos.
Uma busca domiciliária foi executada em Valença pela Polícia Judiciária de Braga. Em Ourense houve quatro buscas e em Pontevedra duas. Foram apreendidos 30 mil euros em numerário, oito lanchas voadoras, 25 motores de grande cilindrada, material náutico, radares GPS, antenas, documentação variada, computadores e telemóveis.
A organização criminosa operava naquelas províncias galegas de Ourense e de Pontevedra e na região do Alto Minho, onde se fabricavam as lanchas voadoras e os respetivos motores. Recorde-se que este tipo de embarcações foi proibido em Espanha, justamente para evitar a sua utilização no tráfico de estupefacientes, mas em Portugal o seu fabrico continua a fazer-se dentro da lei.
Foi o comandante da Guarda Civil de Ourense, Rafael Bergillo, que revelou, ao final de manhã de ontem, que as “lanchas voadoras” eram usadas não só para o narcotráfico, como também para transportar migrantes ilegais.
Os seis homens detidos por suspeita de tráfico de droga e tráfico de pessoas, na denominada operação “Vodka”, foram apresentados ao Tribunal de Ourense, para aplicação de medidas de coação. Segundo as informações recebidas ao fecho desta edição, todos eles foram libertados.