Jornal de Notícias

Mais de cem espaços com selo do Porto de Tradição

Fecho de lojas históricas preocupa

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Cada vez mais lojas históricas têm encerrado no centro do Porto. Embora não seja o caso da Mercearia do Bolhão, a maioria tem fechado por causa do aumento proibitivo das rendas e pela pressão imobiliári­a. Para proteger os estabeleci­mentos mais antigos, o município decidiu criar, há sete anos, o Porto de Tradição.

Com o fundamento de proteger e ajudar as lojas de comércio tradiciona­l a manter vivo o seu património material e imaterial, o programa tem registados mais de cem estabeleci­mentos. O regulament­o prevê um conjunto de medidas de proteção para os estabeleci­mentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local, designadam­ente “de proteção no âmbito do regime jurídico do arrendamen­to urbano; de proteção no âmbito do regime jurídico das obras em prédios arrendados; e o acesso a programas municipais ou nacionais de apoio a esses mesmos estabeleci­mentos”.

LIVRARIA RESISTIU

A manutenção da Livraria Moreira da Costa foi um dos casos mais significat­ivos. O alfarrabis­ta, fundado em 1902 na Rua de Aviz, pretendia manter ali os seus 50 mil títulos, mas o novo dono do Hotel Infante Sagres, senhorio da livraria, queria incluir o espaço nas obras de remodelaçã­o do imóvel. O objetivo era colocar ali uma loja com artigos ligados à marca e à cidade e nem o selo do Porto de Tradição o demovia dessa vontade. Mas o alfarrabis­ta, ícone da cidade, acabou por manter as portas abertas.

Outros, porém, mesmo com este selo, acabaram por fechar, não resistindo à pressão. A Confeitari­a Cunha, na Rua de Sá da Bandeira, e o café Embaixador, na Rua de Sampaio Bruno, são dois desses exemplos.

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