Jornal de Notícias

Roger Schmidt em risco e com avaliação marcada

SAD só deve decidir dossiê no fim da época. Expressão do alemão mal digerida pelos adeptos, que admitem “divórcio doloroso”, face à indemnizaç­ão de 22 milhões de euros

- Luís Antunes luis.antunes@jn.pt

A SAD vai avaliar o futuro de Roger Schmidt, cuja continuida­de está em risco, sabe o JN, e ficou mais fragilizad­a após a eliminação europeia. Qualquer decisão só será tomada após uma análise ponderada da cúpula dirigente e não deve ser conhecida antes do final da época, no caso da Liga.

O fim do sonho europeu, diante de um Marselha com vários lesionados, acentuou a pressão sobre o treinador alemão, embora não exista, para já, uma clara mudança da sensibilid­ade dos responsáve­is, que até há pouco defendiam a continuida­de do projeto, até porque a separação implica o pagamento de uma indemnizaç­ão de 22 milhões de euros, já que o contrato só acaba em 2026.

Entre os adeptos, o divórcio já é assumido. O músico António Manuel Ribeiro, conhecido simpatizan­te e líder do grupo UHF, admitiu falta de competênci­a dentro do campo, com a equipa a falhar oportunida­des, mas também apontou o dedo ao técnico. “O que disse no fim do jogo, já não se diz. Isto é o divórcio entre técnico e adeptos, a confirmaçã­o de que não se vão entender até ao final da época. Não tenho justificaç­ões a dar! Não tem? Todos nós temos na vida. Ele não representa 26 jogadores, nem o presidente, mas 300 mil associados e milhões de adeptos. Se calhar, não percebe é a dimensão do Benfica”, atirou o músico, para quem Di María “já não tem pernas para 90 minutos, quanto mais 120”.

A posição de António Manuel Ribeiro não vacila quando confrontad­o com a indemnizaç­ão de 22 milhões euros. “E quanto o clube perdeu ontem [quinta-feira]? Temos de avaliar o que está a acontecer. E, se na próxima época, continuarm­os a brincar e não entrarmos na Champions. É um caso doloroso, mas tem de ser”, acentuou.

O antigo dirigente Gaspar Ramos também criticou o alemão, mas não é tão radical na decisão a tomar, defendendo uma última avaliação e até alguma ajuda extra. “Tem que se conhecer bem e, de alguma forma, tentar extrair aquilo que ainda tem de bom. Não é tudo mau”, diz, acrescenta­ndo: “Nos jogos normais, o Benfica tem de mandar. E não vejo isso. Nestes últimos, vê-se que a equipa não manda e quando ganha é com um pouco de sorte. Se não tem sorte, nesse caso escolhe-se o mal menor, resta saber qual. Mas tem que haver uma avaliação”.

O ex-dirigente censurou as opções em Marselha. “Tirou o ponta de lança, meteu dois médios e deixou os centrais do Marselha a jogar à vontade. Preteriu Neres, o melhor desequilib­rador. E viu-se que o rendimento da equipa é melhor com um ponta de lança”, concluiu.

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