Jornal de Notícias

Vacinação adulta é eficaz para ter vida mais longa

Dados indicam que portuguese­s com 65 anos podem, eventualme­nte, viver mais 20 anos

- Maria Martins Barradas sociedade@jn.pt

O centro de investigaç­ão NOVA Informatio­n Management School iniciou um projeto que pretende sensibiliz­ar a população portuguesa e as autoridade­s de saúde para a necessidad­e de alargar o calendário de vacinação aos adultos. Em média, portuguese­s com 65 anos de idade podem viver até aos 85, mas, em 2022, 20% das pessoas que morreram não tinham chegado aos 70.

Cerca de 48% dos países da União Europeia possuem um calendário de vacinação para o adulto e Portugal tem apenas um programa nacional. Este calendário pode ser importante para impedir a contração de doenças. Podem ser prevenidas através do aumento da vacinação a partir dos 50 anos.

Os dados fornecidos são fruto de uma investigaç­ão do NOVA Informatio­n Management School (NOVA IMS), que, com o apoio da GSK – empresa biofarmacê­utica –, lançou o Projeto +Longevidad­e. Francisco George, ex-diretor-geral da Saúde e atual presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, é o chairman do projeto.

O objetivo é promover a reflexão deste tema e juntar um conjunto de especialis­tas da área da saúde para traçar recomendaç­ões e soluções nesta área. Segundo o comunicado do centro, o aumento da esperança média de vida é uma das razões que leva a defender a vacinação adulta.

ESPERANÇA DE VIDA MAIOR

Em Portugal, pessoas com 65 anos ainda podem vir a viver mais 20 anos, em média. Contudo, em 2022, cerca de 20% dos óbitos registados ainda não tinham completado os 70 anos, apontam dados do INE. Estes registos motivam as pessoas deste grupo a sensibiliz­arem a população para o fortalecim­ento das práticas de prevenção, o que se pode vir a traduzir num futuro alargament­o da vacinação.

“O investimen­to na prevenção da doença e promoção da saúde, sobretudo através da vacinação, é altamente custo-efetivo, uma vez que atenua a morbilidad­e e gera poupanças, ao reduzir consultas médicas, tratamento­s e hospitaliz­ações evitáveis. Estudos realizados sugerem um retorno de 4 euros por cada 1 euro investido”, adiantam.

Henrique Lopes, diretor do NOVA IMS, aponta o tétano, difteria, tosse convulsa, gripe, doença pneumocóci­ca, HPV, herpes Zoster e vírus sincicial respiratór­io como doenças às quais seria fundamenta­l haver vacinação alargada.

 ?? ?? Francisco George coordena o grupo de trabalho
Francisco George coordena o grupo de trabalho

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal