Jornal de Notícias

“O termo que usamos é mesmo esse: matar a pista, é uma festa”

Grupo Bateu Matou apresenta hoje ao vivo no Porto novo disco “Batedeira”. JN falou com este “power trio”

- Patrícia Naves cultura@jn.pt

“Batedeira” é o regresso dos Bateu Matou: a música de percussão na génese, transforma­da numa mescla (ou batedeira) de sonoridade­s, estilos, vivências, lugares. Depois de “Chegou”, o trio de bateria e percussão composto por Ivo Costa, Riot e Quim Albergaria está de volta e apresenta hoje o novo trabalho ao vivo, na Casa da Música, no Porto.

Ao JN, lembram: “Um concerto em que se dance do princípio ao fim é um concerto ganho”.

Com 11 temas, o segundo álbum dos Bateu Matou é um regresso à alegria contagiant­e da música sem amarras ou fronteiras. O disco marca também uma procura de identidade, um trabalho “mais voltado para dentro” e menos para participaç­ões, embora inclua nomes como Rubi Machado, Raissa, Rão Kyao, Del Groove e Miguel Pité.

O resultado é o que o grupo idealizava: “Mas, só podia ser de agora porque foi preciso chegar a este ano para os Bateu Matou se encontrare­m enquanto banda. Não é que andássemos perdidos, mas as tours, a estrada que tivemos foi o que alimentou este álbum. E foi o que nos fez querer passar a estrada para o disco e depois de volta”, explica Rui Pité, ou Riot.

LISBOA É A SOMA DE TUDO

“Sentíamos que o nosso primeiro disco era muito um trabalho de três produtores/bateristas a trabalhare­m com amigos. E ficámos muito orgulhosos do ‘Chegou’. Mas depois, ao tocá-lo ao vivo, percebemos que havia aqui uma crueza, algo mais visceral que era importante passar para dentro do segundo”, adianta Ivo Costa. E acrescenta: “’Batedeira’ vive muito do ponto de vista do observador do que nos rodeia. Ou seja, Lisboa é cada vez mais uma mistura de claves e de coisas que vêm acontecend­o já desde tempos seculares, com a vinda de pessoas dos PALOP, África Índia, Brasil. E essa junção toda, esta ‘Batedeira’ é uma soma dessas coisas todas que se está a tornar em sonoridade própria. Lisboa já tem uma sonoridade que é a soma disso tudo”.

Num trabalho mais “visceral”, a minúcia foi muita. “É um disco feito com um critério apertado. Fomos exigentes: muda aqui, troca ali. Tinha de ficar algo de que gostássemo­s os três e que nos representa­sse”, adiantam os músicos.

Queriam também “trazer a energia dos bailes, como chamamos ao que andamos a fazer. Porque isto para nós é festa para todos dançarem, onde todos são bem-vindos. E quisemos essa energia, essas cores”.

O trabalho ficou pronto para concertos, “desenhado para ser ao vivo”. Só falta a dança. “Para nós, é bater e matar. É o termo que usamos, matar a pista”, diz Riot. Do Porto esperam tudo: “O público do Porto é sempre incrível, é muito atento, dedicado, minucioso. Dá-nos sempre um gozo muito grande”, concluem.

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Bateu Matou, trio de bateria e percussão: Ivo Costa, Riot e Quim Albergaria

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