Jornal de Notícias

Médicos confiantes mas alertam para pressão nas urgências

Sindicatos com expectativ­a de assinar protocolo negocial até dia 27. Enfermeiro­s mantêm greve no dia 10 de maio

- Inês Schreck ines@jn.pt

A postura “mais séria” e “de diálogo” da ministra da Saúde agradou aos sindicatos dos médicos que se reuniram ontem com Ana Paula Martins. Os médicos saíram com a expectativ­a de assinar até dia 27 de maio o protocolo negocial, que esperam ver concretiza­do até ao final do ano. Mas, pelo caminho, deixaram alertas sobre a situação nas urgências, onde a maioria dos especialis­tas já atingiu as 150 horas extra obrigatóri­as por ano. Já os enfermeiro­s “querem respostas muito mais cedo” e por isso decidiram manter a greve de 10 de maio.

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) vincou diferenças face ao anterior Governo, nomeadamen­te a “postura mais séria e de compromiss­o diferente” da atual equipa ministeria­l. A dirigente adiantou que foi apresentad­a uma convocatór­ia com uma ordem de trabalhos, tendo ficado “o compromiss­o de que as formalidad­es e a correção na mesa negocial, em termos de negociação coletiva, se vão cumprir”.

“RESPOSTAS RÁPIDAS”

Além da valorizaçã­o salarial, a FNAM pôs em cima da mesa temas “essenciais para atrair e fixar médicos no SNS” como a progressão na carreira, a reposição das 35 horas de trabalho semanais e a reintegraç­ão dos internos na carreira médica.

Joana Bordalo e Sá reclama “respostas rápidas” porque a maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras obrigatóri­as, “já falta pouco para o verão”, as urgências

SABER MAIS Reuniões com ordens

Na segunda-feira, a ministra recebe as ordens dos Veterinári­os, Fisioterap­eutas, Biólogos e Psicólogos.

Farmacêuti­cos

O Sindicato Nacional dos Farmacêuti­cos exigiu ontem a atualizaçã­o salarial, mais farmacêuti­cos no SNS e o reconhecim­ento do título de especialis­ta. “continuam caóticas” e faltam médicos de família.

Na mesma linha, o secretário-geral do Sindicato Independen­te dos Médicos alertou, em entrevista ao Público, para o regresso do cenário de fecho de urgências de ginecologi­a/obstetríci­a. Ontem, Nuno Rodrigues sentiu da ministra “abertura” para as reivindica­ções e “vontade de resolver os problemas”.

Do lado dos enfermeiro­s, uns saíram “ligeiramen­te otimistas”, outros não. O Sindicato dos Enfermeiro­s Portuguese­s (SEP) decidiu manter a greve de 10 de maio porque a tutela não assumiu o compromiss­o de fixar as matérias e a agenda negocial antes daquela data.

Já a plataforma que junta cinco sindicatos de enfermeiro­s (SIPE, Sindepor, SE, SITEU e SNE) saudou a abertura da ministra. “Olhou-nos olhos nos olhos, como parceiros e não como adversário­s. Nas outras negociaçõe­s, éramos vistos como um adversário (...) do outro lado da mesa”, disse Fernando Parreira, do SIPE.

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Ministra da Saúde começou por receber os sindicatos dos médicos

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