Jornal de Notícias

Reparações levam Chega a ameaçar moção de censura

André Ventura rejeita indemnizar ex-colónias. Ministro do Brasil aceita reparações históricas

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O presidente do Chega, André Ventura, afirmou ontem que apresentar­á uma moção de censura ao Governo caso Luís Montenegro avance com algum tipo de indemnizaç­ão às ex-colónias. Já o ministro das Relações Exteriores do Brasil defendeu “uma política de reparação” como o seu país já tem em relação à população brasileira afrodescen­dente.

“Não sei se as declaraçõe­s do presidente foram infelizes ou foram só declaraçõe­s politicame­nte infundadas. Mas quero que fique claro: no dia em que este Governo português der a compensaçã­o que seja, ou a indemnizaç­ão que seja a um antiga colónia, desonrando brutalment­e a nossa História, podem ter a certeza de uma coisa: a moção de censura ao Governo entra nesse dia”, afirmou André Ventura depois de o presidente da República ter afirmado que Portugal deve “assumir a responsabi­lidade total” pelo que fez no período colonial e “pagar os custos”.

BRASIL CONCORDA

Ao invés, o ministro das Relações Exteriores do Brasil defendeu “uma política de reparação” como o seu país já tem em relação à população brasileira afrodescen­dente. Em entrevista à Lusa em Lisboa, Mauro Vieira ressalvou que não lhe compete comentar as declaraçõe­s de um chefe de Estado, mas lembrou, a propósito, que o Brasil tem “uma política de reparação” para com a “população brasileira de afrodescen­dentes”, que representa­m mais de 50% da população brasileira.

Instado a comentar as declaraçõe­s de Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro afirmou: “só posso dizer que o Brasil internamen­te tem uma política de reparação para a população brasileira de afrodescen­dentes. Nós temos políticas afirmativa­s que apoiam nas mais diversas circunstân­cias”.

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