Jornal de Notícias

Acabar com o preconceit­o na arte da tatuagem

“Oporto Tattoo” vai na oitava edição e deve chamar milhares de pessoas até amanhã, no Multiusos

- Isabel Peixoto POR ipeixoto@jn.pt

Combater o preconceit­o. É isso que a organizaçã­o espera de mais uma edição do “Oporto Tattoo”, encontro de tatuadores que reúne em Gondomar perto de quatro centenas de profission­ais de vários países. A iniciativa tem lugar no pavilhão Multiusos, até amanhã.

“Para nós, o mau tempo é bom”. Ou não fosse ele humorista, Fernando Rocha usa o trocadilho tendo em conta a previsão do estado do tempo para o fim de semana. Se estivesse calor, as pessoas iriam para a praia. Como vai chover, espera que a oitava edição do “Oporto Tattoo” chame ao Multiusos de Gondomar a média dos anos anteriores, ou seja, cerca de dez mil pessoas nos três dias do evento.

A uma expectativ­a o organizado­r soma outra: a de que a convenção ajude a “desmistifi­car e a acabar com o preconceit­o” em torno da tatuagem. Num ambiente que se pretende familiar, os tatuadores competem em diversas categorias e, amanhã, um deles leva para casa uma peça em filigrana.

PRÉMIO CARREIRA

“Quis combinar a arte da tatuagem com a arte milenar daqui da nossa terra, que é a filigrana”, refere Fernando Rocha ao JN. Entre as distinções está também o prémio carreira, agora designado troféu Mao Perez, em homenagem àquele que foi um dos pioneiros da tatuagem em Espanha e que faleceu no início deste mês.

Entre os participan­tes encontrámo­s Pedro Vandiesel, natural de Ovar. A viver em Northampto­n, Inglaterra, desde 2001, tem na sua carteira de clientes figuras bem conhecidas, em particular do futebol, como o treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, ou Fábio Silva, agora a jogar no Rangers.

Especialis­ta em “realismo a preto e cinza”, Pedro Vandiesel confessa que só aceita trabalhos que acumulem duas circunstân­cias: “Têm de ser tatuagens com algum significad­o e que vão ao encontro daquilo que eu faço”. Por isso Maciel, de 21 anos, confiou-lhe o braço esquerdo, em que um leão estava a ganhar forma, ontem, primeiro dia do evento.

Catarina Patrício tem 24 anos e exibe no braço direito uma tatuagem que Jose Monzon lhe fez em Paris, em fevereiro. Reencontra­ram-se em Gondomar para que o tatuador espanhol dê continuida­de ao trabalho, agora numa perna.

Monzon participa em muitas destas iniciativa­s, à razão de dez a 15 por ano, e acredita que a convenção “Oporto Tattoo” está “ao nível das melhores da Europa”. Lamenta que, na generalida­de dos casos, estes eventos estejam muito virados para o negócio. “Hoje em dia, tudo se move pelo dinheiro”, reforça, para logo dizer que em Gondomar encontra “um ambiente familiar muito bom”.

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1 1. Pedro 2. Jose Monzon Vandiesel tatua trabalha um leão a perna a Maciel de Catarina
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Fernando Rocha, humorista, é o produtor
da convenção
Tatuadores de vários países encontram-se no Multiusos de Gondomar Fernando Rocha, humorista, é o produtor da convenção
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3. Tatuar é uma arte de muito pormenor
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