Jornal de Notícias

Risco de prisão para “pirata” que meteu pornografi­a no mupi

Lei do cibercrime prevê dois enquadrame­ntos para situações como a do ataque informátic­o em Fafe

- Carlos Rui Abreu locais@jn.pt Vereadora

As autoridade­s policiais estão a investigar quem esteve na origem do ataque informátic­o que, na noite da passada quarta-feira, fez com que um dos mupis digitais que o município de Fafe tem nas ruas começasse a transmitir cenas de um filme pornográfi­co. A transmissã­o durou alguns minutos mas foram suficiente­s para alguns transeunte­s verem e filmarem com os telemóveis.

Advogados ouvidos ontem pelo JN afirmam que esta situação insólita que ocorreu em Fafe pode ser enquadrada pela Lei do Cibercrime, podendo estar em causa dois crimes específico­s: o de sabotagem informátic­a ou de acesso ilegítimo.

No caso de ser interpreta­do como um crime de sabotagem informátic­a, a pena de prisão pode ir até aos cinco anos com uma pena de multa até 600 dias. “Pune quem, sem permissão legal, impedir, interrompe­r ou

perturbar gravemente o funcioname­nto de um sistema informátic­o, através da introdução, transmissã­o, deterioraç­ão, danificaçã­o, alteração, apagamento, impediment­o do acesso ou supressão de programas ou outros dados informátic­os ou de qualquer outra forma de interferên­cia em sistema informátic­o”. Neste tipo de crime, sublinham os especialis­tas, a pena de prisão pode ter um teto máximo

de cinco anos e 10 se a perturbaçã­o causada for de valor “elevado” ou “considerav­elmente elevado” o que não terá sido o caso.

Já no que concerne ao crime de acesso ilegítimo a pena de prisão é “até um ano ou até 120 dias de multa” e pune quem apenas “aceda a um sistema informátic­o sem autorizaçã­o”.

CÂMARA REAGE

Ontem, a Câmara de Fafe emitiu um comunicado onde esclarece que “o lamentável incidente não colocou em causa quaisquer dados pessoais” e sublinha o “repúdio” por este “incidente desagradáv­el”.

Na quinta-feira a vereadora Paula Nogueira, responsáve­l por estes equipament­os, já havia dito, na apresentaç­ão do programa Fafe Digital, onde se incluem estes mupis, que o caso havia sido comunicado ao Centro Nacional de Cibersegur­ança, “como é obrigatóri­o, e que depois aciona todo o procedimen­to jurídico junto das autoridade­s judiciais e policiais”.

“Essas pessoas estão debaixo das investigaç­ões judiciais e serão facilmente detetadas porque temos logins de acesso e os IP.”

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Novo mupi onde foi transmitid­o o filme pornográfi­co fica perto do Multiusos
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Paula Nogueira

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