Bebé salva do útero da mãe morre no hospital
Menina nasceu prematura e acabou por não resistir
A bebé palestiniana que, na semana passada, foi salva ao ser retirada do útero da mãe, após um bombardeamento israelita, morreu no hospital de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, informou ontem o tio. A menina nasceu numa cesariana realizada a sangue frio, quando a progenitora ainda tinha sinais vitais. A mulher morreu assim que deu à luz.
“Recebi um telefonema do hospital informando-me de que o seu estado se tinha agravado e que ela se tinha juntado à família”, morta nesse bombardeamento que atingiu a casa familiar, declarou o tio da menina, Rami al-Sheikh, citado pela AFP. “Abri a campa do seu pai e sepultei-a lá, no cemitério Awni Daher, de Rafah”, relatou, depois de contar que foi buscar o corpo da sobrinha, que ficou conhecida como “bebé-mártir”.
A família da pequena Ruh foi uma das muitas que ficou desfeita devido aos ataques israelitas. O território palestiniano está reduzido a escombros e as Nações Unidas estão cada vez mais preocupadas. Segundo o responsável do Serviço de Ação Antiminas da ONU, Pehr Lodhammar, para limpar os detritos que enchem as ruas de Gaza e desminar todo o território serão necessários cerca de 14 anos.
NETANYAHU DEIXA AVISO
“Não desistiremos, Israel irá continuar até à vitória na nossa guerra justa contra os abomináveis terroristas que procuram destruir-nos”, destacou ontem Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita. O líder do Executivo acrescentou que “nunca” vai aceitar a autoridade do Tribunal Internacional Penal, referindo-se à possibilidade do órgão poder ordenar a detenção de militares e ministros do país envolvidos na guerra em Gaza.