Festa do Gnration põe Braga a dançar
“Open day” oferece hoje música ao longo de todo o dia. Destaque para África Negra, Goela Hiante e James Holden
Este sábado é ainda tempo de celebrar a liberdade. Em Braga, será pela dança e a cargo de um conjunto cuja história se confunde com o próprio 25 de abril: os lendários África Negra fazem as honras da noite do “Open day”, no Gnration.
Trabalhando o som de São Tomé e Príncipe, juntaram-se em 1972, ainda as forças coloniais portuguesas ocupavam as ilhas. Tentaram, à época, proibir o uso do próprio nome do grupo, por isso, o início aconteceu na rua, junto com o povo. Nos anos 1980, os África Negra conseguem o primeiro disco e, durante uma carreira ainda farta, chegaram a gravar até em Portugal.
A energia e inevitável abanar de anca dos África Negra chega a Braga pela mão do 11.0 aniversário da casa cultural bracarense.
Como já é costume, a entrada é gratuita para todas as 11 atividades planeadas para quatro locais distintos dentro do espaço do Gnration, das 16 horas e até de madrugada. Além da música, há uma exposição e um workshop para crianças.
A festa começa com talento local. Pelas 16 horas, Mafalda BS, natural de Braga, estreia os palcos do Gnration para apresentar o seu primeiro EP “Canto em cantos”, lançado em outubro do ano passado. Seguem-se os também bracarenses Mutu e, para fechar a tarde, atua o duo Marta Abreu e Adolfo Luxúria Canibal, ambos naturais da cidade dos arcebispos, com a performance de spokenword de Goela Hiante
ELETRÓNICA NÃO FALTA
No cartaz de celebração da noite, o radar da influência passa desta feita para o Uganda, com HHY & The Kampala Unit, um agrupa
mento fundado por Johnathan Uliel Saldanha e o coletivo Nyege Nyege, que se resume como uma “exploração futurista que mistura o dub e o techno com percussões tradicionais e elementos de transe”, diz o comunicado do evento.
PARA TODAS AS ANCAS
Os concertos encerram com o produtor britânico James Holden, que apresenta o seu quinto e mais recente disco, “Imagine this is a high dimensional space of all possibilities” (2023).
A dança arranca a meio da tarde, mas entrará também noite adentro. Para encerrar este aniversário do Gnration, haverá, em simultâneo, dois DJ sets ativos – para que a música agrade a todas as ancas.
De um lado, “entre sons contemporâneos e música-antiga-feita-nova”, La Flama, nome artístico de Pedro Azevedo, trará cumbia, perreo e suor. Por outro, Catarina Silva, acompanhada pelos visuais de Muluk, irá a apresentar uma performance em curadoria conjunta com a Dark Sessions Braga, uma comunidade independente de música eletrónica criada na cidade em 2017.