Lello vai alterar projeto para edifício vizinho
Proposta do arquiteto Álvaro Siza previa elevador e miradouro com 21 metros de altura
PATRIMÓNIO O projeto que a livraria Lello, no Porto, pretende implementar num edifício vizinho do centenário estabelecimento – projeto esse que prevê a construção de um elevador e de um miradouro com 21 metros de altura – vai ser reformulado. Da autoria do arquiteto Álvaro Siza, a proposta inicial mereceu parecer desfavorável da entidade responsável pela salvaguarda do património, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através da Unidade de Cultura.
Em comunicado enviado ao JN, fonte da centenária livraria da Rua das Carmelitas confirma que o projeto “mereceu um primeiro parecer desfavorável”, tendo sido “solicitada a apresentação de uma reformulação”.
EM DIÁLOGO
Desde então, acrescenta a nota, “a Livraria Lello está em diálogo permanente com o arquiteto Álvaro Siza e com as entidades envolvidas no parecer – a Câmara Municipal do Porto e a CCDR-N Cultura –, no sentido de encontrar uma solução” para um projeto que “em muito beneficia a cidade e o território”.
A solução que vier a ser encontrada será dada a conhecer oportunamente.
Segundo o jornal “Público”, a ideia seria construir, nas traseiras do edifício que fica do lado esquerdo da livraria, um elevador com superfícies envidraçadas e um miradouro. Esta última estrutura é um dos motivos para o parecer desfavorável da CCDR-N, devido ao impacto junto do edificado existente, “tendo em conta a dimensão e os materiais propostos”.
O jornal acrescenta que também a proposta de alteração da cobertura mereceu reparos, por ser “muito intrusiva” e causar “um impacto desfavorável para o conjunto dos telhados do tecido edificado envolvente e para o próprio edifício da Livraria Lello”, inaugurado em 1906.
A SABER Proteção
Tal como a Lello, o edifício vizinho está incluído na zona especial de proteção do Centro Histórico do Porto, classificado em 1996 como Património Mundial da UNESCO. A zona de proteção estende-se por 90 hectares.
Classificação
Em 2013, quando o edifício da Lello foi classificado como monumento de interesse público, foi também criada uma zona especial de proteção.