Jornal de Notícias

Tripulante­s de navio de bandeira portuguesa libertados

Os 25 membros do cargueiro serão soltos pelo Irão após duas semanas. Hamas analisa contraprop­osta de Israel

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O ministro dos Negócios Estrangeir­os do Irão anunciou ontem a libertação antecipada de tripulante­s de diferentes nacionalid­ades de um navio de bandeira portuguesa ligado a Israel, capturado a 13 de abril pela Guarda Revolucion­ária Iraniana no Golfo Pérsico.

“A questão humanitári­a da libertação da tripulação do navio preocupa-nos seriamente”, terá dito Hosein Amir Abdolahian durante uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeir­os português, Paulo Rangel, segundo informou na sexta-feira a agência noticiosa oficial iraniana IRNA. A tutela portuguesa não confirmou a informação.

O chefe da diplomacia iraniana disse que tinha providenci­ado acesso consular aos 25 membros da tripulação do cargueiro e acrescento­u que se espera que sejam libertados.

O Irão apreendeu o navio ligado a Israel numa altura em que se esperava uma resposta do seu lado ao ataque ao consulado iraniano na Síria, atribuído a Telavive, que matou sete membros da Guarda Revolucion­ária, incluindo três generais. Horas depois da captura do navio porta-contentore­s, Teerão lançou uma ofensiva de retaliação com centenas de mísseis e drones contra o território israelita.

HAMAS ESTUDA TRÉGUA

O Hamas indicou ontem que está a analisar uma contraprop­osta de Israel para uma nova trégua nos combates na Faixa de Gaza e para a libertação de reféns.

“O Hamas recebeu a resposta oficial da ocupação sionista à nossa posição, que foi entregue aos mediadores egípcios e cataris em 13 de abril”, disse o número dois do braço político do grupo em Gaza.

“O movimento estudará esta proposta e apresentar­á a sua resposta assim que o seu estudo estiver concluído”, declarou, num comunicado, Khalil al-Hayya.

Sem rejeitar explicitam­ente a proposta de uma trégua, o Hamas reafirmou a exigência de “um cessar-fogo permanente”, a retirada do exército israelita “de toda a Faixa de Gaza”, o regresso dos deslocados aos locais de residência e “a intensific­ação da entrada de ajuda humanitári­a”.

A contraprop­osta, cujos detalhes não foram revelados, surge um dia depois de uma delegação egípcia ter chegado a Israel para tentar relançar as negociaçõe­s rumo a uma trégua em Gaza, associada à libertação de reféns. Israel continua a opor-se a um cessar-fogo permanente.

Água não tratada

O Ministério da Saúde de Gaza avisou que deixou de ter capacidade para analisar ou tratar a água potável na Faixa de Gaza, alertando que os habitantes “estão com a vida em perigo”.

Ajuda no terreno

Militares do Reino Unido poderão ficar encarregad­os de entregar ajuda humanitári­a no terreno em Gaza, com a ajuda de um cais marítimo que está a ser construído, noticiou ontem a emissora pública de rádio e televisão britânica BBC.

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Navio MSC Aries foi capturado no dia 13 de abril pela Guarda Revolucion­ária

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