Jornal de Notícias

Lisboa quer enviar sem-abrigo para outras autarquias

Câmara reuniu com municípios da AML para encontrar soluções para quem vive nas ruas da capital

- Sofia Cristino sofia.cristino@ext.jn.pt

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou, ontem, que vai ser criado um grupo de trabalho entre os 18 municípios da Área Metropolit­ana de Lisboa (AML) para se resolver o problema das pessoas em situação de sem-abrigo na capital. Encontrar centros de acolhiment­o noutros concelhos é uma das soluções propostas por Moedas, mas só com a ajuda financeira do Governo e da União Europeia se conseguirá diminuir o número de pessoas a viver nas ruas da capital, defenderam o líder do município lisboeta e outros autarcas, reunidos em Lisboa.

Moedas encontrou-se, ontem, com representa­ntes de cinco municípios da AML para discutir soluções para um problema que se tem agravado.

“Das 10 mil pessoas em Portugal que estão em situação de sem-abrigo, metade estão na Área Metropolit­ana de Lisboa. Destas, 5000 estão na área de Lisboa e mais de 3000 no município, das quais 300 estão efetivamen­te na rua, um número que aumentou após a pandemia. Temos de ter uma ação conjunta entre os municípios e o Governo”, afirmou Moedas, após a reunião, admitindo que “os recursos existem a nível municipal, mas não chegam”.

“NÃO BASTA DAR SOPA”

Além da criação de uma “task force” , o autarca disse que o apoio terá de chegar também “a nível nacional e europeu”. Ideia partilhada pelo congénere de Oeiras, Isaltino Morais, que considerou que “não é possível” resolver este problema sem a intervençã­o do Estado.

“É preciso que os ministério­s da Saúde e da Segurança Social estejam mobilizado­s para esta questão, porque há problemas de saúde, internamen­tos e questões de inserção profission­al. Não basta andar a distribuir sopa”, defendeu, numa crítica ao presidente da República.

Além de Carlos Moedas, apenas cinco dos 17 municípios convidados para discutir uma resposta para os sem-abrigo estiveram presentes na reunião, representa­dos por técnicos, vereadores e apenas dois presidente­s de câmara – de Oeiras e Cascais.

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Há cada vez mais pessoas a viver na rua em Lisboa

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