“Há jogos que permitem a interação entre pais e filhos”
Vila Gaming entusiasma os mais novos e provoca alguma nostalgia aos progenitores
A ensinar o filho mais novo a jogar Pac-Man, Carla Vitorino, 44 anos, confessa que sentiu “nostalgia” ao regressar, por instantes, ao tempo em que era aluna do Ensino Secundário e jogava com os amigos, quando não havia aulas. A experiência foi vivenciada ontem no Óbidos Vila Gaming, evento que termina amanhã, na cerca do castelo.
Carla Vitorino diz que é habitual os dois filhos jogarem em casa, mas apenas aos fins de semana, e só depois de estudarem e arrumarem os quartos. “É uma atividade importante para a geração deles, mas tem de ser qb, e com a nossa vigilância”, sublinha. “Encaro como um hobby deles, mas a escola é sempre prioritária”.
“Os miúdos deliram com isto”, assegura Eduarda Parreira, 57 anos, enquanto vê o filho, de 12, e os amigos a jogarem na sala de realidade virtual. Em casa, o jovem utiliza a Playstation só para jogar Minecraft, futebol e conduzir carros antigos. “Sou antiviolência”, esclarece a mãe. “Com o Minecraft consegue construir coisas com os amigos, o que puxa pela criatividade deles e ajuda-os a crescer.”
“GIRO E DIVERTIDO”
Em vez de ficar a ver o filho, de 12 anos, a jogar no Fortnite Bus, César Isidro, 37 anos, juntou-se a ele. “Este tipo de eventos é muito bom, porque há jogos que permitem a interação entre pais e filhos. É giro e divertido”, afirma. Em casa, Salvador também joga Fortnite, partidas de futebol e jogos de estratégia, menos de “uma horita” por dia. “O meu filho não tem dependência, como outros miúdos, e consegue desenvolver capacidades, porque tem de puxar pela cabeça.”
Matilde Constantino, 18 anos, experimentou, pela primeira vez, a sala de realidade virtual. O realismo do jogo levou-a a gritar inúmeras vezes, quando não conseguia matar os zombies e estes se dirigiam a si. “Mete um bocado de medo”, confessa. As suas reações divertiram os amigos da mesma idade, faixa etária predominante no Vila Gaming.
O presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, explica que o evento passou de quatro para nove dias, para possibilitar a mais pessoas usufruírem da experiência. O investimento ascendeu a 429 mil euros, mas mais do que o recuperar, a preocupação do autarca é desenvolver o território e gerar novas oportunidade de emprego numa indústria que movimenta mais de 3,4 mil milhões de pessoas, a nível global.