Maioria dos países vacinam jovens para a tosse convulsa
Portugal não recomenda reforço para adolescentes nem adultos. Infeção é de alto risco para bebés, alerta ECDC
Portugal é dos poucos países europeus que não recomendam a administração de uma dose de reforço da vacina contra a tosse convulsa aos adolescentes, entre os 10 e os 16 anos, nem aos adultos. Os casos de tosse convulsa dispararam nos primeiros meses deste ano a nível europeu e Portugal soma 229 diagnósticos até dia 5 de maio, quando em todo o ano de 2023 registou 22.
A tosse convulsa é altamente transmissível e foi classificada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) como uma doença de “alto risco” para os bebés pequenos (menores de seis meses) e de “risco moderado” para crianças maiores de seis meses, adolescentes e adultos. Porém, muitas vezes a fonte de contágio dos mais pequenos são os irmãos mais velhos ou pais/ cuidadores com uma infeção não reconhecida, refere o ECDC, na avaliação de risco, divulgada ontem.
De acordo com o relatório, Portugal e Espanha, a Dinamarca, Malta e os Países Baixos “não recomendam uma dose de reforço em adolescentes”, ao contrário de todos os restantes países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu, cujos planos de vacinação incluem uma dose entre os 10-16 anos de idade. Há ainda 13 países (Áustria, Bélgica, Finlândia, Chipre, França, Alemanha, Grécia, Itália, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Eslovénia e Polónia) que também recomendam uma dose de reforço para os adultos.
229 CASOS ATÉ 5 DE MAIO
Até 5 de maio foram diagnosticados 229 casos de tosse convulsa no país, segundo um documento partilhado esta semana na reunião do Centro de Emergências em Saúde Pública (CESP)/ DGS, citado pela CNN Portugal. Do total de casos, 64 necessitaram de internamento (28%), dos quais 83% são pediátricos.
O Centro reúne 36% dos casos diagnosticados, o Norte 35% e Lisboa e Vale do Tejo 19%. Só em 14% dos diagnósticos foi possível encontrar uma ligação a um caso provável.