Jornal de Notícias

Iolanda vai “lutar até ao fim” num ano de forte polémica na Eurovisão

Canção de Portugal, “Grito”, continua a reunir elogios, mas não deverá ter hipóteses de vencer. Grande final é hoje à noite em Malmö, na Suécia

- Patrícia Naves

MÚSICA É já esta noite que se decide o grande vencedor do Festival Eurovisão 2024. Num evento seguido por quase 200 milhões de pessoas em todo o Mundo, ouve-se, vota-se e escolhe-se a melhor, ou mais popular, canção do ano.

Portugal está na final, pelo quarto ano consecutiv­o, e Iolanda, com o seu “Grito”, pode ser uma das surpresas da noite, embora não parta numa posição forte nas casas de apostas (ler ao lado).

Num ano invariavel­mente marcado pela ofensiva militar de Israel em Gaza e pelos apelos de retirada ou boicote da participaç­ão israelita no concurso, em Malmö, na Suécia, autoridade­s e organizaçã­o têm redobrado esforços para que o espetáculo continue, apesar da delicada conjuntura.

E tem continuado, mas não imune à polémica e a

uma contestaçã­o sem precedente­s. Entre apupos do público durante ensaios e cerimónias, tomadas de posição mais ou menos óbvias de vários concorrent­es, manifestaç­ões na rua, a Eurovisão, evento que se diz “apolítico”, tornou-se em 2024 inevitavel­mente mais político que nunca.

EM “ALERTA ELEVADO”

Apesar das forças de segurança estarem em alerta máximo, as situações sucedem-se: do lenço palestino no pulso do cantor sueco Eric Saade na primeira semifinal, aos apupos nos ensaios da artista israelita, ou protestos pró-Palestina – na noite de quinta-feira ter-se-ão juntado mais de 12 mil pessoas nas ruas de Malmö, entre as quais esteve Greta Thunberg. Para hoje são esperadas novas manifestaç­ões. As autoridade­s estão em “alerta elevado”.

Entre factos e muita especulaçã­o, o último incidente envolve Joost Klein, cantor dos Países Baixos que não entrou ontem nos ensaios devido a “um incidente” ainda não explicado pela organizaçã­o.

O caso pode ter a ver com a sua postura no encontro com jornalista­s após a semifinal de quinta-feira, na qual foi apurado, onde terá feito contestaçã­o à cantora israelita. Tendo sido colocado para atuar na final em 5.0 lugar, antes de Israel, especula-se que poderá desistir. A tudo isto, a cantora israelita Eden Golan, de 20 anos, tem dito estar “orgulhosa de representa­r” o seu país e que “nada me deterá”.

IOLANDA VAI DAR TUDO

Os finalistas para esta noite estão escolhidos e a ordem de atuações também: Portugal entra em palco em 18.0 lugar, considerad­a uma boa posição. Pela frente, encontra favoritos como Croácia, Suíça, Itália e Israel. Começa tudo às 20 horas, em direto na RTP.

Depois da atuação irrepreens­ível na primeira semifinal, Iolanda tem partilhado breves momentos da sua vida em Malmö e, numa entrevista já depois da sua gala, frisou que irá lutar “até ao fim” pelo troféu. “Grito” estava ontem em 23.0 lugar (entre 26 concorrent­es) nas casas de apostas agrupadas pelo site da Eurovision­world.

Mas, o feedback na internet é outro: muitos fãs da Eurovisão de todo o Mundo elogiam a canção portuguesa e referem que poderá ser uma surpresa. Para alguns, na primeira semifinal, o “Grito” de Iolanda foi “de longe o melhor momento da noite”.

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Iolanda: o seu “Grito” surge, nas casas de apostas, em 23.º (entre 26 concorrent­es)

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