Cavalos que valem mais de meio milhão em Ponte de Lima
Concurso Internacional de Saltos, que termina hoje, é montra para animais que são tratados “como bebés”
Um total de 340 cavaleiros, oriundos de 11 países, estão a competir até hoje no 14.o Concurso Internacional de Saltos de Ponte de Lima, que arrancou ontem. Filipe Pimenta da organização comenta que, no recinto do evento, estão presentes “alguns cavaleiros estrela”. “São figuras nacionais que tudo que é mundo do cavalo os tem como ídolos.”
Isabel Marques, tratadora de cavalos, desdobra-se em cuidados com “Asdu Roet”. O animal da raça sela francês é um dos que estão a competir este fim de semana.
Na prova participam cavalos que podem valer “mais de meio milhão de euros” e que são preciosos a nível de competição. Por isso, são tratados com uma delicadeza e exigência extremas. Desde o piso, que também pode valer “centenas de milhares de euros”, às boxes, luz, água, comida, banhos, cremes, massagens, caminhadas e
até caneleiras e mantas próprias. “Sinto que tratá-los é como tratar de bebés”, comenta Isabel Marques, que veio de Santa Maria da Feira, para cuidar de “Asdu Roet”.
CUIDADOS PERMANENTES
“Este cavalo agora está a saltar o Grande Prémio, que é 1,45 metros [obstáculos]”, justifica, enquanto fala com o JN e não pára de andar de roda do animal. Unta-lhe com vaselina algumas partes “assadas” do corpo, pincela os cascos com unto, afaga-o. “Este tem uma personalidade muito especial. Por exemplo, se o feno for um
bocadinho mais fraco, já não o come, se a água estiver um bocadinho mais suja, não a bebe”, diz Isabel Marques, que, quando questionada sobre valores de animais como o seu, reponde que em Ponte de Lima, há, neste momento, exemplares que podem valer “entre 40 mil e 500 mil euros, ou mais”.
Até hoje será assim, com muita gente a desfilar pelo recinto com indumentária alusiva ao mundo equestre. Não só os cavaleiros, mas também acompanhantes e visitantes, que exibem chapéus, botas, acessórios e leques para o calor.