Tavares quer um Livre “pronto para governar”
O 14.º congresso do partido termina hoje, com oposição interna a pedir mais abertura e pluralidade
Rui Tavares defende que o Livre tem de passar “de médio a grande” e estar “pronto para governar” num próximo ciclo político. O deputado e recandidato à direção discursou no segundo dia de trabalhos do 14.º Congresso do Livre, que termina hoje na Costa da Caparica, com a oposição a pedir o fim da “era da glorificação de personalidades”.
Perante os militantes, Rui Tavares vincou que o Livre tem de deixar de ser um partido de “projeto e de proposta” para ser “de implementação, de poder e de governação”. “Além de ter passado de partido pequeno para partido médio, agora deve preparar-se para passar de partido médio para partido grande”, acrescentou.
O deputado e fundador do Livre acusou ainda o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de estar sempre em “campanha permanente”, reforçando que atualmente “não há Governo”.
PARTIDO ABERTO E PLURAL
Natércia Lopes, primeiro nome da lista B, pediu um “partido aberto e plural”. “A união de que precisamos não é uma união que nos dilua ou nos homogeneíze, mas uma união plural de profundo respeito pelas diferenças de opinião e de perspetiva”, defendeu a dirigente da lista minoritária presente na direção cessante. A lista C, encabeçada por João Manso e que se define como a “corrente livretária”, insistiu na necessidade de um “partido partilhado” e apelou ao sonho “do poder descentralizado”.
Já o deputado Paulo Muacho referiu que “quando os partidos perdem o foco e a razão pela qual estão aqui perdem o apoio das pessoas”, apelando à união do partido para “enfrentar” os desafios do futuro.
A eleição da Presidência da República também esteve em cima da mesa, com a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, a sugerir uma união das forças de Esquerda para que se chegue a uma figura “que defenda liberdades e direitos cívicos”.
Os novos órgãos nacionais do Livre para o mandato 2024-2026 vão ser eleitos este domingo. Rui Tavares deverá confirmar a reeleição.