Milhares de pessoas já terão abandonado a cidade de Rafah
Israel refere que 300 mil palestinianos deixaram bairros. Nações Unidas pedem investigação sobre valas comuns
O Exército israelita anunciou ontem que cerca de 300 mil palestinianos abandonaram os bairros orientais de Rafah desde a ordem de evacuação emitida na segunda-feira, deslocando-se para a zona humanitária de Al-Mawassi. Com o intensificar dos ataques no extremo sul de Gaza, Washington reagiu ao uso de armamento proveniente dos EUA, enquanto a ONU pediu uma investigação sobre as circunstâncias em torno das valas comuns.
Manifestando “profunda preocupação” com a descoberta de corpos enterrados nas instalações médicas (e nos arredores) de Nasser e Al Shifa, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez um apelo no sentido de se abrir portas a “investigações imediatas” e independentes.
“Os membros do Conselho de Segurança reafirmaram a importância de permitir que as famílias conheçam o destino e o paradeiro
dos seus familiares desaparecidos, em conformidade com o direito humanitário internacional”, referiu aquele órgão, em comunicado, a propósito das centenas de palestinianos enterrados em valas.
Ainda ontem, as autoridades da Defesa Civil e do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza anunciaram a descoberta de mais 80 corpos.
MITIGAR DANOS
Embora sem conseguir provar que houve violação do direito internacional, os EUA criticaram o uso de armas norte-ame
ricanas por Israel. O recente relatório do Departamento de Estado refere que “é razoável avaliar” que armas norte-americanas foram utilizadas pelo Exército israelita, “em alguns casos”, de forma inconsistente com as obrigações do país perante o direito internacional e ao arrepio das “melhores práticas estabelecidas para mitigar os danos civis”.
O Mundo vai reagindo ao conflito no Médio Oriente e Portugal não é exceção. Em Lisboa, milhares de pessoas desfilaram neste sábado em defesa da Palestina.