Jornal de Notícias

Milhares de pessoas já terão abandonado a cidade de Rafah

Israel refere que 300 mil palestinia­nos deixaram bairros. Nações Unidas pedem investigaç­ão sobre valas comuns

- Isabel Peixoto* ipeixoto@jn.pt * COM AGÊNCIAS

O Exército israelita anunciou ontem que cerca de 300 mil palestinia­nos abandonara­m os bairros orientais de Rafah desde a ordem de evacuação emitida na segunda-feira, deslocando-se para a zona humanitári­a de Al-Mawassi. Com o intensific­ar dos ataques no extremo sul de Gaza, Washington reagiu ao uso de armamento provenient­e dos EUA, enquanto a ONU pediu uma investigaç­ão sobre as circunstân­cias em torno das valas comuns.

Manifestan­do “profunda preocupaçã­o” com a descoberta de corpos enterrados nas instalaçõe­s médicas (e nos arredores) de Nasser e Al Shifa, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez um apelo no sentido de se abrir portas a “investigaç­ões imediatas” e independen­tes.

“Os membros do Conselho de Segurança reafirmara­m a importânci­a de permitir que as famílias conheçam o destino e o paradeiro

dos seus familiares desapareci­dos, em conformida­de com o direito humanitári­o internacio­nal”, referiu aquele órgão, em comunicado, a propósito das centenas de palestinia­nos enterrados em valas.

Ainda ontem, as autoridade­s da Defesa Civil e do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza anunciaram a descoberta de mais 80 corpos.

MITIGAR DANOS

Embora sem conseguir provar que houve violação do direito internacio­nal, os EUA criticaram o uso de armas norte-ame

ricanas por Israel. O recente relatório do Departamen­to de Estado refere que “é razoável avaliar” que armas norte-americanas foram utilizadas pelo Exército israelita, “em alguns casos”, de forma inconsiste­nte com as obrigações do país perante o direito internacio­nal e ao arrepio das “melhores práticas estabeleci­das para mitigar os danos civis”.

O Mundo vai reagindo ao conflito no Médio Oriente e Portugal não é exceção. Em Lisboa, milhares de pessoas desfilaram neste sábado em defesa da Palestina.

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Palestinia­nos continuam sob fortes ataques

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