Jornal de Notícias

“Vi um clarão que parecia uma bomba a rebentar” na serra

Moradores da aldeia da Pereira, em Castro Daire, alertaram o 112 e houve buscas em Montemuro

- Mariana Rebelo Silva POR locais@jn.pt

A queda do meteoro dominou todas as conversas na aldeia da Pereira, com cerca de 200 habitantes, em plena serra de Montemuro, no concelho de Castro Daire. Os habitantes fizeram soar os alarmes, depois de, nos últimos minutos de sábado, terem avistado um clarão que iluminou o céu, acompanhad­o de um estrondo.

Raul Batista foi um dos populares que, cerca das 23.54 horas, decidiram ligar para o 112. “Ia a pé para casa e vi um clarão que, conforme se afastou e chegou perto da serra, parecia uma bomba a rebentar”, revela. Sentiu-se assustado, porque “nunca tinha visto aquilo. A noite transformo­u-se em dia”, recorda o morador.

Rosa Medeiros diz que “estava a ver televisão”, quando deu conta de “um clarão verde-azulado. A janela iluminou-se muito e eu pensei que era um trovão”, conta. Já o vizinho Américo Silva estava na cozinha e foi surpreendi­do pela mesma luz.

“Foi fora do normal”, relata. “O meu filho assustou-se, porque não sabia o que era. Eu ainda estive alguns minutos a olhar pela janela a ver se se repetia, mas já não vi mais nada”.

Adão Coelho também estava em casa. Ouviu um barulho e pensou “que era a porta que estava mal fechada e que bateu”. Afinal, saiu e viu um clarão. “A montanha estava coberta com uma névoa e não se conseguia ver mais nada, mas o barulho que se sentiu foi muito grande”. Já pela manhã, ficou estupefact­o quando soube das notícias da possível queda de um meteoro na aldeia. “Pensava que eram os ladrões que estavam a bater-me à porta. Foi um impacto muito grande”, recorda.

Para João Rodrigues, foi o comportame­nto estranho do cão que o alertou. “Eu já estava na cama e senti um estrondo. Era o meu cão, que tinha caído pelas escadas. Ele deve ter ficado aflito, quando ouviu aquele barulho”.

DUAS HORAS DE BUSCAS

O alerta na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a “queda de um meteorito” surgiu um minuto após a meia-noite. O alerta desaparece­u da página duas horas depois.

Para o terreno foram mobilizado­s 18 homens, auxiliados por seis veículos dos Bombeiros Voluntário­s de Castro Daire, Farejinhas e da GNR. Durante duas horas, os operaciona­is bateram os estradões junto ao parque eólico da serra e, “sem evidências”, acabaram por abandonar o local.

“Depois do alerta, via 112, e das démarches efetuadas durante a noite, a falta de vestígios da possível queda do meteoro fez-nos regressar ao quartel”, explicou o segundo-comandante dos Bombeiros de Castro Daire.

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A hipotética queda de um meteoro em Montemuro dominou as conversas

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