Jornal de Notícias

Moedas pede urgência para os sem-abrigo e Marcelo concorda

Autarca quer reuniões com presidente e Governo, apontando que imigração está a acentuar o problema

- Sofia Cristino sofia.cristino@ext.jn.pt

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, enviou duas cartas ao presidente da República e ao primeiro-ministro, a pedir uma reunião urgente para resolver o problema dos sem-abrigo na região de Lisboa. Marcelo Rebelo de Sousa disse que é muito urgente saber se o Governo mantém a estratégia nacional definida ou pretende introduzir alterações.

Carlos Moedas considerou, ontem, que a diminuição do número de pessoas que vivem na rua é de responsabi­lidade nacional e exigiu uma “ação rápida” da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). “Muitas destas pessoas chegam a Portugal sem documentos e sem identidade e a Câmara não consegue ajudá-las por isso. Há aqui um problema nacional e daí este pedido para uma audiência. Temos de ter ao nosso lado a AIMA e o Governo”, apelou Moedas, tecendo críticas à entidade recém-criada para substituir o Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras (SEF).

“Não está a funcionar. Não sei se é, como diz o meu colega do Porto (Rui Moreira), para voltar para trás, para o SEF, mas tem de funcionar e as pessoas não podem ficar anos à espera de serem recebidas

Habitação e saúde

“É muito urgente saber o papel do Estado e das autarquias nas várias dimensões do problema: a habitação, por um lado, a saúde, por outro, e a situação vivida hoje no terreno”, referiu ontem o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. pela AIMA”, afirmou.

O autarca apelou aos outros municípios da Grande Lisboa a criarem centros de acolhiment­o para receberem sem-abrigo da capital nos seus concelhos e lembrou que a Santa Casa da Misericórd­ia “tem o pelouro da ação social na cidade”, tendo um “papel importantí­ssimo” nesta questão que é “grave” e “piorou desde a pandemia”.

MARCELO QUER DEFINIÇÕES

Confrontad­o com o pedido de Moedas, o presidente da República apontou que é urgente definir o papel do Estado e das autarquias nas várias dimensões do problema.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, para já, é necessário “saber se o Governo mantém a estratégia do passado ou quer introduzir alterações”. Acrescento­u que, num segundo momento, é preciso “estabelece­r o modelo de articulaçã­o com as autarquias, sobretudo com aquelas que têm este fenómeno de modo mais significat­ivo”.

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Carlos Moedas diz que muitos migrantes chegam a Lisboa e ficam na rua

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