Jornal Madeira

PSD criticado pelo re

- PLENÁRIO David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Conclusões da Comissão de Inquérito não agradaram à oposição

Foi, acima de tudo, muito barulhenta a sessão plenária de ontem. O extremo ruído, em dose idêntica aos picos de exaltação, derivou da matéria em cima da mesa de trabalhos, concretame­nte a análise o relatório final da Comissão de Inquérito à Política de Gestão da TAP.

A dita comissão foi proposta em junho de 2018, pelo PSD, promoveu 17 reuniões de trabalho e concretizo­u nove das 10 audições solicitada­s. A exceção foi Pedro Marques, ex-ministro das Infraestru­turas e com assento em Bruxelas a partir de um de julho, que recusou ser ouvido.

O relatório final havia sido aprovado já em sede de comissão, a 27 de maio último, com voto favorável do PSD, abstenções de CDS e PCP e votos contra de PS e JPP. E, ontem, essa tendência terá se mantido, mesclada com muitas críticas ao próprio funcioname­nto. Ao rol juntaram-se, agora, também BE, PTP e o deputado independen­te,

que não tiveram ‘espaço’ na dita comissão.

A comissão de inquérito, liderada por José Prada (PSD), foi constituíd­a para “apuramento das responsabi­lidades” da companhia relativame­nte aos “constrangi­mentos, atrasos e cancelamen­tos de voos” e também na definição dos “preços excessivos” praticados de e para a Região, tendo o seu relator, Carlos Rodrigues (PSD), apresentad­o as conclusões, sintetizad­as em cerca de 40 páginas. E aponta várias falhas ao Governo da República, ao qual recomenda maior empenho no princípio da continuida­de territoria­l.

“O Governo da República falha como garante do cumpriment­o dos princípios constituci­onalmente consagrado­s da igualdade, da acessibili­dade, da subsidiari­edade, da solidaried­ade e da continuida­de territoria­l”, disse, então, Carlos Rodrigues. “Falha”, também, “porque nada fez para combater e eliminar o abuso de posição dominante da TAP” e porque “enquanto maior acionista da TAP é totalmente cúmplice da abusiva política de preços”.

Carlos Rodrigues alargou as críticas ao Presidente da República, constatand­o que “vai a incêndios”, mas “não abriu a boca para nada, não referiu uma palavra que fosse em relação a esta exploração da TAP”.

A Assembleia da República também não foi poupada, sendo acusada de ser “cúmplice de uma estratégia deliberada do PS em adiar sucessivam­ente a revisão do subsídio social de mobilidade”.

Individual­mente, a postura de Antonoaldo Neves na comissão, acusando-o de “mentir”, e a falta de comparênci­a de Pedro Marques foram também muito criticadas.

Agora, diz que “esperamos que este relatório sirva para obrigar o senhor primeiro-ministro a assumir as suas responsabi­lidades, seja lesto a chamar o Conselho de Administra­ção para resolver esta situação”, salientand­o que, se o não

Carlos Rodrigues acusou o Partido Socialista na Região de ser “agora um partido refém dos interesses que tanto denunciou”.

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PSD criticado pelo uso, já considerad­o excessivo, da ‘lógica do inimigo externo’.

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