“Não damos 15 anos de dignidade a todos”
Pedro Ramos falou ontem de humanização na saúde
Osecretário regional da Saúde enalteceu ontem os avanços que têm sido alcançados no apoio aos doentes, mas assumiu que o sistema ainda não consegue dar “15 anos de dignidade a todos aqueles que são considerados idosos”.
“Alguns países têm feito percursos muito mais incisivos e encontram-se à nossa frente. Assumimos que se calhar ainda não damos 15 anos de dignidade a todos aqueles que são considerados idosos e que têm depois toda aquela panóplia de enfermidades”, afirmou ontem Pedro Ramos, durante
a apresentação da atividade da Equipa de Apoio Psicossocial, na sala de conferências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
Na sua intervenção, o governante colocou a tónica na importância da humanização no acompanhamento que é dado ao doente, sem prejuízo das componentes da “formação, da diferenciação, da competência técnico-científica e dos equipamentos” ao dispor do sistema.
Pedro Ramos quer que todas as componentes sigam “lado a lado” com a humanização, “porque, de facto, além de sentirmos que estamos a ser bem tratados e cuidados, precisamos de saber que esses profissionais que estão ao nosso lado têm outra vertente, que é a humanização - a mais importante”.
“Este é o grande desafio da saúde”, classificou o secretário regional, antes de agradecer “a todos os profissionais que já interpretam desta forma” a sua atuação, porque os doentes, especialmente no final das suas vidas, “precisam da maior humanização”.
Para Pedro Ramos, “a nossa vida deve ser sempre vivida até ao último instante, e se não o for, todos nós seremos julgados por não termos promovido essa qualidade que é necessária”.
Sobre a Equipa de Apoio Psicossocial, cujo projeto está integrado no programa europeu Humaniza, da Fundação La Caixa, o secretário regional a Saúde mostrou-se satisfeito e disse que é uma “oportunidade” para chegar “mais próximo” do doente.
“Abraçamos os desafios, mas também monitorizamos esses desafios, para termos a certeza que estamos a ter impacto”, acrescentou.