Jornal Madeira

POUCO PARA DECIDIR MUITO PARA TRABALHAR

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Realizadas as eleições Europeias, há três semanas, regressou alguma normalidad­e e outra dose de discernime­nto à vida pública madeirense. Os resultados surpreende­ntes em quase todas as frentes – exceto na dimensão vergonhosa dos abstencion­istas – obrigaram a maioria dos protagonis­tas a uma inflexão. E a alguns ajustes que já são visíveis.

Contas dos partidos à parte, há algumas conclusões legítimas a retirar da sequência de atos eleitorais, o último dos quais a 26 de maio.

A primeira é definitiva e incontorná­vel: os eleitores madeirense­s sabem votar, sabem distinguir atos eleitorais, não confundem

candidatos de um partido para uma eleição com outros candidatos do mesmo partido para outra eleição.

A segunda conclusão, igualmente clara, é que os eleitores madeirense­s já terão decidido como votar a 22 de setembro, nas Regionais, e a 6 de outubro, nas Legislativ­as Nacionais.

Finalmente, uma terceira conclusão, eventualme­nte menos taxativa, é que será um desperdíci­o os partidos e seus candidatos perderem tempo e dinheiro com malabarism­os eleitorais; bem pelo contrário, deviam os partidos e organismos adjacentes poupar recursos e canalizar energias para o trabalho que os contribuin­tes lhes incumbiram, pagando-lhes salários e outras regalias.

No outro campo da batalha cívica a favor do voto – evitando que tão poucos decidam o futuro imediato de toda a comunidade – seria interessan­te e louvável que Portugal caminhasse para uma das formas possíveis de obrigar todos os seus cidadãos a votarem. Ao contrário do voto nulo ou branco, faltar à votação não deveria ser uma opção. Há vários exemplos em países tão diferentes: na Austrália os cidadãos que não votam (e não justificam essa falta) pagam uma coima; no Brasil, é simplesmen­te obrigatóri­o votar.

Se já sabemos votar, porque é que não o fazemos? Madeira de ouro. Vários galardões de Melhor Destino Insular da Europa, assim como outros prémios, têm colocado a Região na boca do Mundo. Mas isto não é suficiente para trazer mais gente à Madeira. São necessária­s, não diria mais campanhas, mas mais facilidade­s financeira­s nos voos para esta ilha plantada no Atlântico. Os preços aéreos praticados atualmente fazem com que muita gente fuja do ouro como o diabo da cruz. Foi uma noite memorável para Portugal e sobretudo para os simpatizan­tes do futebol. E lá veio mais uma Taça num jogo que aconteceu no Porto mas estremeceu todo o País.

Terminámos a Liga das Nações vitoriosos e o nosso peito encheu-se de orgulho e vaidade.

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