Cada escola deve agir sem padrões
“É importante perceber que, do ponto de vista da intervenção, não é possível uma resposta padronizada e descontextualizada”.
Opsicólogo Rúben Sousa não considera que haja cada vez mais indisciplina nas escolas. O que acontece, segundo adianta, é que estas problemáticas têm sido cada vez mais objeto de atenção. Não só pelos que rodeiam a comunidade escolar, como pelos meios de comunicação social. E essa enfatização ou preocupação generalizada com as possíveis agudizações não podem ser totalmente dissociadas do tempo que a escola tem vindo a ocupar no quotidiano das crianças, jovens e adultos, sejam eles alunos, professores ou outros atoes escolares. Rúben Sousa afirma que diversos estudos desenvolvidos sobre a temática têm apontado que os casos de indisciplina nas escolas acontecem de forma moderada e que raramente configuram situações de extrema gravidade. Apontando uma dissertação de mestrado publicada na área de Ciências da Comunicação, o psicólogo refere que o documento conclui que o desta dado vem se acentuando nas últi
mas décadas e que considera até a hipótese de configurar uma espécie de tentativa de dessacralização da escola e do trabalho dos professores.
Tendo em consideração os dados que têm vindo a ser apontados [ que as situações de indisciplina e violência são mais significativas no 1.º período escolar; que há mais agressores do sexo masculino e mais vítimas do sexo feminino; que os grupos etários de 11 a 13 anos e de 14 a 16 são os que registam mais incidentes, Rúben Sousa diz ao Jornal que estes resultados revelam em si que existem inúmeras variações na ocorrência das situações de indisciplina e violência, sendo que estas assumem uma natureza eminentemente relacional e contextual. No entender deste profissional, prevenir e regular situações disruptivas tem sido e continua a ser um desafio para a organização escolar e aqui podem e devem entrar os psicólogos escolares. “É importante perceber que, do ponto de vista da intervenção, não é possível uma resposta padronizada e descontextualizada; é essencial que cada escola possa diagnosticar, sensibilizar e intervir de uma forma específica”, afirmou.
Psicólogo diz ser essencial que escolas intervenham de forma específica