Património Musical Madeirense nas escolas
Não poderia de deixar de aproveitar para aqui homenagear um projeto de 17 anos de existência na defesa do Património Musical Madeirense.
OPatrimónio Musical Madeirense esteve sempre presente na minha infância, ora nos arraiais, ora nas festividades com mais tradição popular, como por exemplo o Natal madeirense. Porém, mais recentemente, e decorrente das minhas atuais funções na Direção Regional de Educação, através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM), fiquei a coordenar um projeto que se iniciou em 2002/2003 no então Centro de Investigação e Documentação do Gabinete Coordenador de Educação Artística, atual DSEAM, intitulado Regionalização do Currículo de Educação Musical, com a missão de: aumentar a quantidade de material pedagógico disponível aos professores e alunos da RAM; e realizar estudos que contribuíssem para um conhecimento mais rigoroso da educação e das artes da Madeira.
Ora num ano em que se celebra 600 anos da existência do Arquipélago da Madeira, não poderia de
deixar de aproveitar para aqui homenagear um projeto de 17 anos de existência na defesa do Património Musical Madeirense, contando com um grande trabalho de investigação e edição de materiais pedagógicos disponibilizando-os a todos os alunos das escolas da RAM (livros de apoio, bandas desenhadas, CD’S Áudio, DVD’S e CD’S Interativos). Importa referir duas edições que dão sustento a todo este projeto, nomeadamente o lançamento de dois livros de apoio, um primeiro lançado no ano letivo 2006/2007 direcionado para o 2.º ciclo e posteriormente, 2008/2009, para o 3.º ciclo do ensino básico com as temáticas desenvolvidas em formas de atividades a incidir em dois grandes módulos, a Música Tradicional Madeirense e a Música e Músicos Madeirenses do séc. XX. Por outro lado a Coleção Madeira Música que através das suas 11 edições permite um aprofundar de conhecimento relacionado com diferentes temáticas relativas à região, nomeadamente as “Sinfonias de Santa Cecília”, os “Bailes do Funchal no século XIX”, a “Música para piano na Madeira”, o “Machete Madeirense no séc. XIX”, “O Bandolim na Madeira”, o “Sarau Musical no Funchal Oitocentista”, as “Bandas Filarmónicas”, a “Música Sacra”, os “Conjuntos e Ritmos Modernos” e mais recentemente o “Teatro de Revista na Madeira”.
Paralelamente a todo o trabalho de investigação e edição, tem-se realizado Conferências didáticas nas escolas de 2.º e 3.º ciclos do ensino básico para reforçar a importância destas dinâmicas musicais na cultura dos nossos jovens. Contudo, tenho observado que ainda há um grande desafio pela frente, nomeadamente no combate a uma sociedade atual que é deveras globalizada e informatizada. Penso que caberá a todos, educadores e sociedade, divulgar e incentivar a um maior conhecimento, pesquisa, preservação e recuperação de todo o Património Musical Madeirense como forma de valorização da nossa cultura.