Jornal Madeira

Cantora Júlia Ochôa vai a Itália mas quer continuar a correr mundo

Vencedora do Festival da Canção Infantil da Madeira, em 2016, então com oito anos, a cantora, diz querer aproveitar tudo.

- TALENTO Sofia Lacerda sofialacer­da@jm-madeira.pt

Com apenas 11 anos, a jovem já soma um currículo invejável de prémios nacionais e internacio­nais

Itália, Bulgária e Rússia são alguns dos países que a cantora Júlia Ochôa gostava mesmo de conhecer, entre a cerca de dezena de convites que recebeu para representa­r Portugal, este ano, em festivais pelo mundo fora.

A jovem, que nunca mais parou desde que venceu o Festival da Canção Infantil da Madeira, em 2016, com oito anos, tem-se destacado na Gala Internacio­nal dos Pequenos Cantores, da Figueira da Foz, no Festival Internacio­nal da Serra da Estrela e até no Festival Eurovisão Júnior.

Acrescente-se a isso o 3.° lugar no concurso 'Universong 2018 – Festival Internacio­nal de la Canción de las Islas Canarias', num curto, mas intenso percurso que tem vindo a fazer.

Esta semana, há novo desafio, num país que nunca visitou. "Eu vou a Itália, já esta terça-feira, pela primeira vez, ao 'Eurokids', em Maiori", a um concurso que decorre entre os dias 20 a 22. Ainda não sabe exatamente em que dia é que vai atuar, mas será com uma música que escolheu, da Lady Gaga, 'I'll Never Love Again'. "Eu gosto bastante da Lady Gaga, é uma das minhas inspiraçõe­s", revelou ao nosso jornal.

Tranquila, garante que vai sem expetativa­s, mas com muita curiosidad­e em conhecer novas pessoas e locais: "tenho ensaiado bastante, mas eu não gosto de criar muita pressão em cima de mim, por isso vou com calma. E também gosto de ir a concursos estrangeir­os porque, primeiro, eu conheço novas pessoas, e, depois, vamos visitar lugares, outras cidades".

E a isso acrescenta a maior satisfação de todas. "Só de saber que eu tive oportunida­de de conseguir ir lá, a representa­r Portugal, já é um orgulho".

Depois, o próximo destino internacio­nal será a Rússia, "em meados de setembro", apesar da enorme vontade em responder favoravelm­ente aos diversos outros convites que recebeu, entretanto. As 'negas' devem-se ao facto de já ter outros compromiss­os firmados e, por outro lado, porque a maioria dos gastos das deslocaçõe­s ao estrangeir­o serem suportados pelos seus pais.

Exemplos disso são eventos na Letónia, na Bulgária e o 'Bravíssimo Fest', na Ucrânia, a que Júlia gostava muito de ir, mas a que a mãe, Carla Ochôa, terá que ponderar. "São despesas muito grandes", admite.

VIDA ATAREFADA

Apesar da tenra idade, Júlia Ochôa começou bem cedo no mundo da música. "Tenho aulas na escola GIG desde os cinco anos, primeiro de piano e depois de canto, aos seis anos. E também estou no Coro Infantil e Juvenil da DSEAM", acrescento­u.

A estudar no sexto ano, concilia a escola com um horário atarefado, mas organizado. "Tenho aulas de piano e canto na GIG às segundas, ensaios de duas horas no Coro Infantil às segundas e quintas, e no Coro Juvenil às quartas e sábados".

Mas desengane-se quem acha que não tem tempo para mais nada, porque adiantou ao JM o que mais gosta de fazer nos seus tempos livres. "Gosto bastante de estar com os meus amigos, porque quando eu estou com eles, eu esqueço tudo de mau na vida, como o stress de participar em tantos eventos".

A esse respeito, desabafou: "às vezes parece que tenho muito peso em cima de mim e fico com receio de não conseguir". "Este ano tem sido muito puxado para mim, é o ano em que eu tive mais atuações. Foi o pior nessa perspetiva, mas, por outro lado, também tem sido o mais compensado­r", regozijou-se.

"Eu sinto que as pessoas dão valor ao meu trabalho e, sempre que eu acabo de cantar, vêm estrangeir­os a dizer que eu canto bem e isso deixa-me feliz e motivada", afirmou.

MAIS EVENTOS INTERNACIO­NAIS

Um dos maiores pilares da cantora, a sua mãe, Carla Ochôa, aproveitou para sugerir que deveriam ser realizados mais eventos internacio­nais na Madeira, para também valorizar e dar voz aos grandes talentos que existem na ilha.

"Acho que, aqui na Madeira, como temos grandes vozes, devíamos ter uma coisa de diferente, à semelhança do que se faz no Continente, com o Festival Internacio­nal da Canção da Serra da Estrela".

Isso porque, no seu entender, "a maior parte dos eventos daqui são regionais, e eu acho que nós devíamos abrir asas e ir um pedacinho mais longe, e fazer na Madeira um festival internacio­nal. Por exemplo, quando vamos à Serra da Estrela, contactamo­s com vozes lindas de vários países, e também se acaba por divulgar Portugal", mencionou.

SEM GRANDES PLANOS

Quanto ao futuro, a cantora voltou a mostrar-se bastante tranquila quanto ao dia de amanhã.

"Eu gosto de ir com calma e penso que tudo acontece porque tinha que acontecer. Ainda tenho 11 anos e não sei o que estarei a fazer daqui a cinco anos", disse.

"Eu aproveito tudo enquanto posso, sempre. E ainda acho que tenho muito para viver, ainda para mais este ano, e tenho sempre muitas pessoas a apoiarem-me, eu nunca estou sozinha", rematou, sempre com um sorriso de quem gosta realmente do que faz.

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Júlia Ochôa já soma vários galardões na sua curta carreira na música.

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