Comendador, professor, político
Martins Júnior é natural de Machico, onde nasceu em 1938 (81 anos). Foi ordenado padre a 15 de agosto de 1962, celebrando a sua primeira missa nesse mesmo 15 de agosto de 1962, na igreja Matriz de Machico, freguesia de Machico. A 22 de Junho de 1969 é nomeado pároco da Ribeira Seca
Foi presidente da Câmara de Machico entre 1989 e 1997, sucedendo a Jorge Moreira (PSD) e tendo como sucessor o seu irmão, Bernardo Martins (PS). Na primeira daquelas eleições concorreu pelas listas da então denominada UDP, e na segunda surgiu já como cabeça de lista do PS. Nas vitórias autárquicas, em 1989 venceu com 49,68% dos votos contra 43,44% do PSD e em 1993 repetiu a proeza, então com 47,44% enquanto o PSD se ficou pelos 42,25%.
Na atividade política, foi ainda deputado na Assembleia Legislativa da Madeira. Aqui, foi eleito, por sete vezes para o exercício desse cargo. Entre 1976 e 1988 foi eleito por quatro vezes pelas listas da UDP, e entre 1996 e 2004 foi novamente eleito por três vezes, desta vez integrando as listas do PS. Sempre pelo círculo eleitoral de Machico.
Recebeu, em 1995, das mãos do Presidente da República, Dr. Mário Soares, as insígnias de Comendador, no Dia de Portugal.
Após terminar o seu último mandato como deputado da ALRAM, em 2007, perde a imunidade parlamentar e vê o seu julgamento agendado para julho de 2008. Levantam-se diversas dúvidas sobre a validade da acusação pois o artigo que considerava o crime de que é acusado deixou de existir aquando da revisão da Concordata de 1940. O julgamento é suspenso e Martins Júnior abandona o Tribunal da Comarca de Santa Cruz um homem livre.
A 1 de Agosto de 2007 passa a constar da lista de aposentados da Caixa Geral de Aposentações, aos 69 anos de idade. Chegou assim ao fim, pelo menos temporariamente, a carreira política daquele que foi considerado, durante as últimas três décadas, o principal ‘inimigo’ político do Governo Regional.
Em 2010, a diocese do Funchal proibiu a visita da imagem peregrina de Fátima à igreja da Ribeira Seca pelo facto de a mesma estar “indevidamente ocupada”, por um padre suspenso ‘a divinis’. Tudo terminou ontem e hoje é o ‘dia 1’ do padre resiliente.