CDS quer uso das salas operatórias privadas
Plano centrista para combater as listas de espera tem custo de 15 ME
OCDS quer que o Governo Regional recorra às sete salas operatórias das unidades de saúde privadas da Madeira (quatro no Hospital Particular da Madeira, duas no grupo Luz Saúde e uma no Madeira Medical Center) para combater as listas de espera para cirurgia.
De acordo com o plano do CDS, que hoje será apresentado em conferência de imprensa, o recurso aos privados permitiria realizar mais 3.000 cirurgias, por ano.
Ao JM, Rui Barreto, presidente do CDS, lembrou que existem no Bloco Operatório do Hospital Dr. Nélio Mendonça 11 salas para cirurgias, mas “apenas 50% são ocupadas porque faltam anestesistas e enfermeiros”, o que permite realizar somente 11.000 cirurgias por ano no Serviço Regional de Saúde.
Ora, “este valor de produção é
baixo e inadmissível. É preciso aumentar no imediato em 25% a produção de cirurgias”, defendem os centristas, pois “não é aceitável” que as pessoas “tenham de esperar vários meses e até anos” por uma intervenção.
Rui Barreto sublinha, por outro lado, que a lista de espera para cirurgias aumentou de 16.000 para 21.000, entre 2015 e 2019, “precisamente o tempo da legislatura do Governo de Miguel Albuquerque que chegou à governação agarrado à promessa de acabar com as listas de espera”.
“Se tivermos por base que a cada ano dos últimos quatro anos entraram mais 1.200 doentes para as listas de espera, aumentar a produção em mais 3.000 cirurgias por ano significa que é possível cobrir o aumento anual previsto (1.200) e abater 1.800/ano no total da lista”, afirma.
Para Rui Barreto, o plano do CDS garante as necessidades correntes, responde aos casos de cirurgias mais urgentes e reduz o elevado número de pessoas em lista de espera.
“Este plano do CDS foi estudado e é sólido”, assegura o dirigente centrista, que acredita que o mesmo é “facilmente exequível”.
A proposta “comporta um investimento de 15 milhões de euros para a redução imediata de 10.000 cirurgias, portanto um valor muito aquém dos 75 milhões de euros propostos pelo candidato do PS”, compara Barreto.
“Soluções que passem por comprar edifícios para resolver as listas de espera são de uma profunda insensatez política porque a Região não tem condições económicas e financeiras para despender 75 milhões de euros para comprar um hospital privado”, advoga o presidente centrista, que acusa o PS de não ter um “discurso consistente na saúde”.
Para Rui Barreto, “a última intervenção do candidato socialista [Paulo Cafôfo] sobre a saúde foi um desastre. Ninguém consegue reduzir as listas de espera comprando um hospital”.
Rui Barreto acrescenta que “caso o Governo socialista de António Costa tivesse cumprido com a palavra dada” e assumido os 50% do valor total da construção do novo hospital e não apenas 94 milhões de euros, a Região teria ao seu dispor verbas para contratar mais 10 anestesistas, os necessários para responder às listas de espera.