Jornal Madeira

‘2.º Fado Funchal’ fecha em grande

- Por sofialacer­da@jm-madeira.pt

O‘Fado Funchal’ terminou ontem em grande, com a sala esgotada para ouvir Alexandra a cantar Amália, naquele que foi um dos concertos mais concorrido­s da segunda edição deste festival.

Foram cinco dias a homenagear uma das músicas mais queridas do nosso país, que encerraram com um espetáculo repleto de emoção, mas em que a boa-disposição também imperou, com Alexandra a arrancar muitos risos da plateia.

“Amália era uma pessoa que tinha dentro dela muita tristeza, mas, apesar disso, tinha uma frase muito gira que eu dizia no musical, que era, ‘eu não sou feliz, mas sou bem-disposta’”, começou por recordar a cantora, que já a homenageia há duas décadas.

A esse respeito, lembrou que foi no Centro de Congressos que estreou o musical ‘Amália’, em 1999, e que mudou a sua carreira. “Foi aqui, na Madeira, que nós estreámos esse grande musical, que se veio a tornar o maior êxito de teatro no nosso país”, congratulo­u-se.

“Fiz esse musical diariament­e, durante quase quatro anos, só folgava à segunda-feira, e que me deu um prazer enorme e fez com que eu descobriss­e a Amália, fez com que eu descobriss­e o fado, porque eu não cantava fado, lembram-se”, perguntou, ao público.

“A Amália fez com que eu fizesse uma viragem muito grande na minha carreira e foi aqui que realmente começou, em 1999. Tivemos o prazer de estrear aqui ‘Amália’ e, depois, como resultou e o público foi tão fantástico, o Filipe La Féria lembrou-se de fazer no Continente também, porque, inicialmen­te, não era para ser feito no Continente”, recordou.

“Mas o público acarinhou tanto esse musical e nós gostámos tanto de estar aqui aqueles dois meses, foi fantástico”, garantiu.

A propósito de estar a atuar no Teatro Municipal Baltazar Dias, Alexandra lembrou-se ainda de um episódio engraçado, que pôs toda a plateia a rir. “Não me posso esquecer que foi neste palco que nós ensaiámos, porque nós estreámos no Centro de Congressos, mas ensaiávamo­s aqui, neste palco”, precisou.

“E uma das vezes, não reparámos nesta inclinação do palco”, disse, apontando para o chão, “e a Mariema, que fazia de mãe da Amália, estava numa cadeira de rodas e houve um dia em que se esqueceram de travar a cadeira de rodas e começa a cadeira de rodas por ali abaixo, com a Mariema em cima”.

Entre risos, a cantora acrescento­u, bem-humorada, “imaginem a gargalhada. Estávamos a ver que a Mariema já ia para Lisboa”, brincou ainda, provocando mais risos.

E foi entre risos, que Alexandra realçou que, apesar dos poemas “lindíssimo­s, de uma emoção incrível”, que Amália cantava, a voz maior do fado “tinha a outra fase, divertida. Era uma mulher com um sentido de humor muito apurado e talvez por isso fazia umas letras muito engraçadas”.

Esse foi o mote para apresentar uma canção que dedicou a todas as Marias e para a qual pediu ao público que cantasse com ela. “A Amália adorava e eu também adoro, que o público participe, e agora vão começar a cantar comigo”, convidou.

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