Jornal Madeira

Unanimidad­e regional para pressionar Terreiro do Paço

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

PSD, PS, CDS e JPP juntaram-se ao PCP e aprovaram um diploma que visa obrigar a República a acelerar processos para que os madeirense­s adiantem apenas os 86 euros nas passagens aéreas.

“Hoje, penso que não vai sair daqui de mãos vazias”. Foi o prenúncio do que viria a acontecer nas votações, proferido por Lopes da Fonseca (CDS) a Ricardo Lume (PCP).

E, efetivamen­te, o deputado comunista teria razão para estar satisfeito. Afinal, não é todos os dias que uma proposta do PCP afere unanimidad­e no plenário, que tinha acolhido, antes, uma ‘lição de moral’ proferida por Carlos Rodrigues (PSD) em direção a Lume, no sentido de que as ideologias comunistas estão desfasadas da realidade.

Ora, no caso do documento, ‘sobre a aplicação efetiva das alterações à atribuição do subsídio de mobilidade’, vai no sentido de que a República seja assertiva e menos ‘evasiva’.

O debate propiciou, ainda assim, quezílias’ políticas sobre quem seria ‘o pai da criança’ do facto de os madeirense­s terem de antecipar ‘balúrdios’ para se deslocarem em território nacional. Adiantar apenas 86 euros, tal e qual a Região assegura no ‘Estudante INSULAR’ (65 euros), é o propósito desta pressão. E sim, a Região dispensa mais estudos e pretende ver passado aos atos o que vai ficando ‘alinhavado’.

O objetivo é, então, “vincular ao Estado o suporte dos custos que derivam da mobilidade”, acentuou Lume. Todos esperam resolução, mas dividem-se nas culpas. Miguel Iglésias (PS) culpabiliz­a “Passos Coelho e Miguel Albuquerqu­e” por “esta situação gravosa para as famílias madeirense e para o próprio turismo”, associando o tema ao “aumento das tarifas”. Já Carlos

Rodrigues (PSD) considera que os passos do processo foram corretos, chegando a uma altura em que apenas “carece de regulament­o para entrar em vigor em 2020, e é isso que esperamos”, mostrando-se, contudo, reservado pelo anúncio de ‘um grupo de estudo’.

Aliás, Lopes da Fonseca confessou mesmo não acreditar que tal se concretize já no próximo ano. Também Élvio Sousa alerta que “esta situação já não carece de mais grupos de trabalho”, lembrando que não foi Costa, e sim Albuquerqu­e, quem anunciou: “vamos constituir um grupo”, pelo que, diz, “não foi uma decisão unilateral da República”.

Élvio Sousa, JPP

Carlos Rodrigues, PSD

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Todos os deputados consideram premente lembrar à República a importânci­a da mobilidade para os ilhéus.

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