CONGRESSO NACIONAL ABERTO COM “RECADOS”
O diretor regional de Juventude e Desporto, David Gomes, desafiou ontem o Governo da República a cumprir o princípio da continuidade territorial em relação à Madeira, chamando assim a atenção, num ato que contou com diversas entidades ligadas à governação, gestão e agentes desportivos, para o diferendo que vem dividindo Funchal e Lisboa desde há várias legislaturas.
“É a minha vez de deixar recados e deixava aqui o desafio, na pessoa do dr. Vítor Pataco, em representação do senhor secretário de Estado da Juventude e Desporto [João Paulo Rebelo], para que tivesse uma maior visão de modo a que a Madeira pudesse desfrutar de uma maior continuidade territorial”, começou por dizer o governante, quando usava da palavra na sessão de abertura do XX Congresso Nacional de Gestão do
Desporto, evento que decorre até este sábado no Pestana Casino Park Hotel.
David Gomes apelou ainda ao Executivo nacional para possibilitar que o “desporto [regional] possa ter melhores condições de prática desportiva no território nacional e que o mesmo se possa fazer no sentido inverso”, ou seja, que “também haja uma plataforma de entendimento para que os agentes e participantes desportivos, clubes e associações, nos territórios dos Açores e da Madeira, também possam usufruir dessa premissa”.
O desafio ficou sem resposta por parte de Vítor Pataco, presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, já que quando usou da palavra limitou-se a enaltecer o tema escolhido para o congresso (Impactos e Desafios do Desporto na Gestão do Território), congratulando ainda a iniciativa de descentralizar o evento com a sua realização na Madeira e a pedir para ser passada uma mensagem em vídeo do secretário de Estado, que por razões de agenda não pôde deslocar-se à Região.
Antes deste “recado”, Hélder Lopes, em representação da Universidade da Madeira, também fez questão de deixar outro desafio. Depois de lembrar que esta instituição de ensino superior apostou nas mais variadas áreas ligadas ao desporto desde o primeiro dia, formando quadros que atualmente ocupam, ou já ocuparam, posições de destaque tanto ao nível nacional como internacional, o também professor universitário fez questão de observar que “é possível fazer mais” se houver recursos.
“Já que a Lei de Finanças Regionais pressupõe uma majoração para a própria região, as universidades dos Açores e Madeira querem que se aplique essa majoração”, disse, dirigindo-se aos responsáveis políticos presentes na plateia que lotou por completo a sala que acolheu a sessão de abertura.