Nascimento acusa Governo de autoritarismo na Placa Central
O presidente da Associação de Municípios não compreende a atitude do Executivo madeirense e está solidário com a Câmara.
A chamada a si de vários espaços públicos de domínio municipal do Funchal por parte do Governo Regional corresponde a uma posição de “autoritarismo”. Quem o diz é o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM), Ricardo Nascimento, que ontem, em declarações ao Jornal, disse não ter dúvidas de que há, aqui, um abuso do poder local.
Antes de reagir ao que tem acontecido nos últimos dias em torno das barracas da Placa Central, o autarca, que esteve ausente da Madeira, preferiu indagar-se de todo o processo que tem gerado um ‘sururu’ não só entre os governantes como na população em geral.
Depois de estar a par de todo o celeuma, Ricardo Nascimento não hesitou em considerar que toda esta situação não é de bom tom e reflete um claro abuso do poder municipal.
O edil diz ter a noção do investimento que é o ‘Mercadinho de Natal’ e até toda a iluminação em prol das festividades de Natal, mas julga que a situação de imbróglio e quezílias que se têm registado nos últimos dias entre a Câmara Municipal do Funchal e o Governo Regional resolvia-se com diálogo
“Não era necessário chegar a este ponto”, defendeu ao JM, visivelmente agastado com todo este burburinho que se tem vivido nos últimos dias.
“A posição do Governo foi autoritária”, afirmou, considerando que o assunto vai ser levado à reunião do próximo executivo da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira. “Claro que esta questão vai estar em cima da mesa”, defendeu o autarca.
Época importante
Ricardo Nascimento, que foi eleito presidente da Câmara da Ribeira
Brava pelo PSD em 2013, e como independente em 2017, garante que a sua posição é claramente contra aquela que foi a medida tomada pelo Executivo madeirense.
“Embora diga que não estou a colocar em questão a importância desta situação para o evento que é o Natal e o fim de ano na Madeira”, acrescentou, realçando e destacando tudo o que é feito pelo Governo no sentido de promover a Região e levar a Madeira o mais longe possível nesta que é uma das principais épocas do ano que vende mais o destino.
Recorde-se que há já quase uma semana que Governo e Câmara andam ‘às turras’ por causa das barracas do Mercadinho de Natal. Tudo começou com a autarquia a querer saber quantas barracas iriam ali ser instaladas, numa carta que foi enviada ao Governo e onde é referido que não havia condições para o licenciamento dos espaços. A última posição foi anunciada por Miguel Albuquerque, na Ponta do Pargo. O presidente do Executivo madeirense deu conta, na última quinta-feira, que nesse mesmo dia seria aprovada, em Conselho de Governo, a posse administrativa da Placa Central.