Algumas pessoas mas poucos sacos
A Black Friday veio para ficar. Mas são os jovens aqueles que mais se interessam pelos descontos de fazer ‘perder a cabeça’.
É a loucura das compras. O consumismo em força. A ‘Black Friday’ chegou para ficar e muitos são aqueles que guardam os cêntimos que têm de reserva nos bolsos ou no mealheiro para uma compra a preço em conta.
Muitas vezes, o artigo adquirido até nem era o bem mais necessário do momento.
Mas o preço irresistível, que costuma ter como últimos dígitos os 99 (cêntimos), acaba, sempre, por cativar e fazer com que os sacos de jovens e menos jovens se encham.
Uns compram pelo vício de comprar. Outros compram porque acham que estão a ter uma oportunidade de ouro. Mas, muitas vezes, a ‘Black Friday’ acaba por se transformar numa ‘Black Fraude’, como assim já alguns denominam. É que há estabelecimentos que expõem os artigos como estando a metade do preço, quando o valor praticado era já aquele ao longo do resto ano.
Ontem, ‘Black Friday’, houve finalistas no Funchal. Da Escola Secundária Jaime Moniz. Apadrinhados pela ex-secretária regional do Turismo e atual responsável pela APRAM, Paula Cabaço.
Enquanto os mesmos desfilavam pelas principais artérias da capital madeirense, muitos aproveitavam para apreciar as montras com cartazes chamativos para aquele que é apontado como o maior dia de descontos do ano.
Na ronda que o JM realizou pela baixa citadina, pudemos constatar que a procura até nem era tanta e vimos mesmo uma loja com 70 por cento de desconto em todos os artigos mas que se encontrava completamente vazia, ou ‘às moscas’, como se costuma dizer.
Mas outras lá iam conseguindo escoar um ou outro produto e houve uma funcionária que, embora sem autorização da entidade patronal, aceitou referir que os preços que a loja estava praticar até estavam bem bons. O que acontece, conforme disse, “é que as pessoas têm medo de estar a ser enganadas”. Por outro lado,
“há quem queira aproveitar estes descontos mas ainda não tenha recebido, nem ordenado, nem subsídio de Natal!”, adiantou, justificando, assim, a fraca adesão.
No entanto, se a procura pelas lojas de roupa, bijuterias e perfumarias não era assim tão significativa, o mesmo não acontecia com as lojas de venda de equipamentos de alta tecnologia. Na verdade, muitos eram aqueles que procuravam adquirir um telemóvel, por exemplo, mais recente, a preços de pechincha. À noite, as grandes superfícies encheram de gente que procurava juntar o útil ao agradável e, com um valor apetecível, comprar já uma boa prenda de Natal.
Recorde-se que antes os preços assim tão baixos eram praticados apenas num dia, o que fazia com que se formassem filas intermináveis às portas de alguns estabelecimentos, ainda mesmo antes de estes abrirem as portas. Agora, algumas lojas começam com descontos pré- ‘Black Friday’ e há até lojas que mantêm a Black Friday no sábado, no domingo e até mesmo por uma semana inteira. A seguir à Black Friday, vem ainda a ‘Cyber Monday ‘que é uma espécie de última oportunidade para quem não conseguiu aproveitar os descontos da ‘Black Friday’.