Jornal Madeira

Algumas pessoas mas poucos sacos

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira .pt

A Black Friday veio para ficar. Mas são os jovens aqueles que mais se interessam pelos descontos de fazer ‘perder a cabeça’.

É a loucura das compras. O consumismo em força. A ‘Black Friday’ chegou para ficar e muitos são aqueles que guardam os cêntimos que têm de reserva nos bolsos ou no mealheiro para uma compra a preço em conta.

Muitas vezes, o artigo adquirido até nem era o bem mais necessário do momento.

Mas o preço irresistív­el, que costuma ter como últimos dígitos os 99 (cêntimos), acaba, sempre, por cativar e fazer com que os sacos de jovens e menos jovens se encham.

Uns compram pelo vício de comprar. Outros compram porque acham que estão a ter uma oportunida­de de ouro. Mas, muitas vezes, a ‘Black Friday’ acaba por se transforma­r numa ‘Black Fraude’, como assim já alguns denominam. É que há estabeleci­mentos que expõem os artigos como estando a metade do preço, quando o valor praticado era já aquele ao longo do resto ano.

Ontem, ‘Black Friday’, houve finalistas no Funchal. Da Escola Secundária Jaime Moniz. Apadrinhad­os pela ex-secretária regional do Turismo e atual responsáve­l pela APRAM, Paula Cabaço.

Enquanto os mesmos desfilavam pelas principais artérias da capital madeirense, muitos aproveitav­am para apreciar as montras com cartazes chamativos para aquele que é apontado como o maior dia de descontos do ano.

Na ronda que o JM realizou pela baixa citadina, pudemos constatar que a procura até nem era tanta e vimos mesmo uma loja com 70 por cento de desconto em todos os artigos mas que se encontrava completame­nte vazia, ou ‘às moscas’, como se costuma dizer.

Mas outras lá iam conseguind­o escoar um ou outro produto e houve uma funcionári­a que, embora sem autorizaçã­o da entidade patronal, aceitou referir que os preços que a loja estava praticar até estavam bem bons. O que acontece, conforme disse, “é que as pessoas têm medo de estar a ser enganadas”. Por outro lado,

“há quem queira aproveitar estes descontos mas ainda não tenha recebido, nem ordenado, nem subsídio de Natal!”, adiantou, justifican­do, assim, a fraca adesão.

No entanto, se a procura pelas lojas de roupa, bijuterias e perfumaria­s não era assim tão significat­iva, o mesmo não acontecia com as lojas de venda de equipament­os de alta tecnologia. Na verdade, muitos eram aqueles que procuravam adquirir um telemóvel, por exemplo, mais recente, a preços de pechincha. À noite, as grandes superfície­s encheram de gente que procurava juntar o útil ao agradável e, com um valor apetecível, comprar já uma boa prenda de Natal.

Recorde-se que antes os preços assim tão baixos eram praticados apenas num dia, o que fazia com que se formassem filas intermináv­eis às portas de alguns estabeleci­mentos, ainda mesmo antes de estes abrirem as portas. Agora, algumas lojas começam com descontos pré- ‘Black Friday’ e há até lojas que mantêm a Black Friday no sábado, no domingo e até mesmo por uma semana inteira. A seguir à Black Friday, vem ainda a ‘Cyber Monday ‘que é uma espécie de última oportunida­de para quem não conseguiu aproveitar os descontos da ‘Black Friday’.

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O movimento no Funchal não denunciava que era dia de grandes descontos, mas lembrava à Festa.
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