JORNALISMO DESPORTIVO ENFRENTA CONDICIONALISMOS
Quatro jornalistas madeirenses abordaram numa tertúlia/debate ‘o outro lado do desporto’, no XX Congresso Nacional de Gestão do Desporto, que debateu os impactos e desafios do desporto na gestão do território. Agostinho Silva, diretor do JM, Ricardo Oliveira, diretor do DN, Sérgio Freitas, da Antena 1 Madeira, e Gil Rosa, da RTP Madeira, sob a moderação de João Pedro Vieira, vereador da Câmara Municipal do Funchal com o pelouro do Desporto, deram assim o lado jornalístico ao fenómeno desportivo.
Agostinho Silva, diretor do JM, realçou a “riqueza enorme” que o desporto oferece ao jornalismo, declarando o papel do JM no sentido de “dar visibilidade” não só ao futebol, bem como a outras modalidades.
Realçou ainda a “capa” do desporto no JM, que amplifica os feitos no plano regional, nacional e internacional e que, nas 365 edições de um ano, proporciona muitos destaques a modalidades e atletas madeirenses que nunca o teriam de outra forma.
“O mérito é todo do desporto regional que nos dá variadíssimos temas”, acrescentou.
Por outro lado, o diretor do JM referiu ser “sempre possível fazer mais”, mas considerou que dadas as “limitações” das redações hoje em dia, por vezes “fazem-se milagres” na cobertura de eventos desportivos, muitas vezes sobrepostos em termos de datas.
Por outro lado, Agostinho Silva lamenta a existência de certos condicionalismos que acabam “por
Agostinho Silva, diretor do JM tornar o jornalismo desportivo de certa forma submisso. Se algum jornal ou jornalista faz algo diferente, os clubes fecham-se logo, havendo por vezes até ameaças”, disse, em tom crítico.
Ricardo Oliveira, do DN, alertou também ainda para a submissão do jornalismo desportivo, observando que os “jornalistas têm de perguntar o que tem de ser perguntado”.
Sérgio Freitas, da Antena 1, referiu também que “podíamos ser mais agressivos”, mas que devido às caraterísticas do meio regional e da proximidade de um meio pequeno, essa missão por vezes é complicada.
Já Gil Rosa, da RTP Madeira, alertou para a “sobreposição de eventos”, que faz com que o ‘raio’ de cobertura seja por vezes reduzido, dadas as limitações das redações, em termos de meios e de recursos humanos nos dias de hoje.
Por outro lado, João Pedro Vieira, como moderador do debate, não deixou de dar opinião, sendo desafiado por Rui Marote, presidente da Associação de Futebol da Madeira, que deixou um desafio desde a plateia.
“Desafiava aqui o senhor vereador a pensar num complexo desportivo no Funchal que possibilitasse um espaço para os clubes e atletas daqui treinarem e prepararem as suas atividades”, referiu o dirigente.
Em resposta, João Pedro Vieira deu uma opinião “a título pessoal”.
“Pessoalmente, acho que a Praia Formosa tem todas as condições para ser um parque municipal desportivo, que proporcione desporto para todos”, referiu.
O JM tem uma capa todos os dias para o desporto. O mérito do desporto regional dá-nos muitos temas para essas capas.
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