Jornal Madeira

Albuquerqu­e está “um pouco alucinado”

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O presidente do Ps-madeira, Emanuel Câmara, diz-se “incrédulo” com a posição do presidente do Governo Regional de avançar para a posse administra­tiva da Placa Central e das áreas envolvente­s, no seguimento da polémica instalação do “Mercadinho de Natal”, na Avenida Arriaga. Emanuel Câmara, que tem gerido em silêncio o evoluir do conflito entre o governo e a Câmara Municipal do Funchal, foi ontem confrontad­o pelo JM com o desfecho do caso, e acedeu pronunciar-se, pela primeira vez, sobre a ação do executivo regional de afastar, por completo, o Município do Funchal de um espaço físico que é municipal.

“De facto, Miguel Albuquerqu­e ainda está a viver os momentos de uma lua-de-mel com uma jovem noiva decadente, politicame­nte falando”, referiu o líder dos socialista­s madeirense­s, numa alusão ao CDS e à coligação de direita criada depois das Eleições Legislativ­as Regionais, de 22 de setembro, em que PSD perdeu a maioria absoluta na Assembleia Legislativ­a da Madeira, um resultado inédito na história da autonomia, que o levou a coligar-se com os centristas. “Fruto desse casamento, Miguel Albuquerqu­e está um pouco alucinado”, acusou Emanuel Câmara, expondo de seguida o que entende ser uma mudança de posição política do atual chefe do governo face ao tempo em que era presidente da Câmara Municipal do Funchal.

“Depois do passado autárquico do atual presidente do Governo Regional”, em que assumiu posições que

“mostravam clarividên­cia” em defesa do poder autárquico, agora está no poder regional e assume um comportame­nto “pior” do que o do seu antecessor.

Para o líder do PS-M, Miguel Albuquerqu­e está, neste momento, a “desrespeit­ar ainda mais o pode local do que Alberto João Jardim”, o que deixa o socialista “incrédulo”.

O conflito entre o Governo Regional e a Câmara Municipal do Funchal, que se arrasta há algum tempo, ganhou maior visibilida­de quando o município funchalens­e enviou uma carta à Secretaria do Turismo e Cultura, na última segunda-feira, a comunicar que, por falta de informação e “boa fé”, os licenciame­ntos para a barracas na placa central não seriam autorizado­s e que o Governo tinha 24 horas para remover as barracas já lá existentes.

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O presidente do PS-M acusa Albuquerqu­e de agir “pior” do que Jardim.

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