Tese mostrava médicos madeirenses a favor
Em junho de 2017, o JM divulgou o resultado de um inquérito a 183 médicos na Madeira que concluiu que quase 66% dos clínicos eram a favor da legalização da eutanásia. O inquérito fez parte do estudo ‘Eutanásia e suicídio medicamente assistido: atitudes dos médicos’, desenvolvido por Helena Fragoeiro, médica no Centro de Saúde de Câmara de Lobos, no âmbito de uma dissertação de mestrado em cuidados paliativos, defendida no primeiro semestre de 2017, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde a autora obteve 18 valores. Apesar de só em 2017 ter feito a defesa, o inquérito que sustentou a tese data de 2015.
O estudo desenvolvido junto dos médicos madeirenses revelou que 65,6% dos inquiridos pensavam que a eutanásia devia ser permitida na ordem jurídica portuguesa e
41,5% assumiam mesmo que a fariam se fosse legal. As respostas indicam ainda que 11% dos clínicos já receberam, pelo menos uma vez, um pedido de eutanásia.
Outro dado relevante no estudo foi quando inquiridos se os médicos gostariam de poder optar pela eutanásia para eles próprios, caso tivessem uma doença incurável e progressiva que levasse inexoravelmente à morte, 59,6% dos médicos responderam positivamente. No que respeita à opinião face ao suicídio assistido, 53% dos médicos responderam negativamente quando confrontados com a questão: ‘A legislação portuguesa não permite a prática do suicídio assistido. Mesmo assim, há circunstâncias em que o praticaria?’. Apesar de ser em menor número do que na eutanásia, 46,4% pensam que o suicídio assistido devia ser permitido em Portugal. Não obstante, 39,9% afirmaram que não o fariam mesmo que a legislação o permitisse.