Madeira ‘a leste’ de petição pública
A petição nacional pela despenalização da morte assistida, lançada pelo Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade, não passou disso mesmo: de uma iniciativa no território continental. À Madeira, não terá chegado qualquer iniciativa do género. Pelo menos as Ordens representativas dos Médicos e dos Enfermeiros disso não têm conhecimento. Ainda assim, Nuno Neves, da Ordem dos Enfermeiros, disse que, por aquilo que conhece, a maioria da classe não é a favor da despenalização mas sim a favor de melhorias ao nível dos cuidados paliativos. No entender daquele responsável, as oito camas de cuidados paliativos existentes na Região são poucas para tanta necessidade.
“Com o aumento da idade média de vida, essa é uma necessidade premente. Necessitamos de muito mais investimento nos cuidados paliativos”, afirmou, ao JM, Nuno Neves, considerando que não podemos discutir o antecipar o fim de vida sem a alternativa real à continuação da mesma, de forma digna. Já o presidente da Ordem dos Médicos, Gonçalo Faro da Silva, disse não ter qualquer informação sobre se há alguém na classe, na Madeira, que gostasse de assinar esta petição e também não quis dar a sua opinião, pois seria sua e nunca da classe. “Esse é um tema que não tem sido debatido recentemente”, concluiu.
Refira-se que quase 500 profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) tinham assinado, ontem, a petição pública pela despenalização da morte assistida. A petição foi criada no início de janeiro e a meio do dia de ontem já tinha sido assinada por 492 médicos e enfermeiros.
Manuel Sobrinho Simões, Francisco George, Constantino Sakellarides, Júlio Machado Vaz e Joaquim
Machado Caetano são, segundo a Lusa, algumas personalidades que apoiam a regulamentação da morte assistida em Portugal, afirma em comunicado o movimento que há quatro anos avançou com a petição que lançou o debate no País sobre a despenalização da eutanásia, tema que volta a ser discutido no parlamento no dia 20.
A petição, destinada apenas aos profissionais de saúde, defende a aprovação de uma lei “que defina com rigor as condições em que ela possa vir a verificar-se sem penalização dos profissionais de saúde”.
CR