Região receberá doentes em caso de incapacidade de hospitais nacionais
Por ter o seu plano de contingência mais avançado, a Madeira foi apontada pela Direção Geral de Saúde como a região com o hospital de segunda linha, o que significa que, se os hospitais de primeira linha não conseguirem responder, virão doentes de todo o
O Hospital Dr. Nélio Mendonça foi um dos escolhidos pela Direção-geral de Saúde como unidade de segunda linha na contenção do coronavírus, agora denominado Covid-19.
Esta decisão foi tomada na última segunda-feira, numa reunião realizada em Lisboa e que registou a presença de Herberto Jesus, presidente do IASAÚDE, em representação da Madeira. Na reunião, que contou ainda com a presença da ministra e do secretário de Estado da Saúde, entre outras entidades ligadas à Saúde em Portugal, cada região apresentou o seu plano e a Madeira mostrou ser das regiões que iniciou, mais precocemente, um plano de contingência ao coronavírus. “Ia tudo num ponto que eles [as autoridades de Saúde] consideraram relevante”, afirma Herberto Jesus. A acrescer, além do Instituto Ricardo Jorge, só a Madeira é que tem capacidade para fazer diagnóstico local.
Assim, “perante a evidência da globalidade da nossa resposta, a Direção-geral de Saúde decidiu recomendar o Hospital Dr. Nélio Mendonça como hospital de segunda linha”, o que significa, no entender de Herberto Jesus, “que estamos bem preparados para a resolução do problema”.
“Nós sabemos que existem, no País, três hospitais de primeira linha. Os primeiros casos têm de ir para lá. É o Hospital de São João, no Norte, o Hospital D. Estefânia (para crianças) e o Curry Cabral. Quando esses hospitais não tiverem capacidade, os doentes vêm para a Madeira, tendo em conta que já estamos avançados com um plano de contingência. Ou seja, deram-nos essa ‘honra’, se assim o podemos chamar, de sermos um hospital de segunda linha, pois estamos preparados com todos os mecanismos necessários para o caso de surgirem casos de coronavírus”, explica ao Jornal o presidente do IASAÚDE. Embora todos os outros hospitais do País estejam a trabalhar também para estarem preparados para receber doentes com o Covid-19, neste momento, a Madeira é apontada como o hospital pronto para receber doentes caso a capacidade instalada dos três hospitais acima anunciados se esgote.
O presidente do IASAÚDE realça, contudo, que embora a Madeira esteja, neste momento, à frente dos outros hospitais, todas as unidades de saúde estão a se preparar, pelo que a eventualidade de recebermos doentes de fora da Região poderá nunca ocorrer. “O País está a preparar-se como um todo. Há uma grande incerteza. Conforme o número de casos, nós nos vamos adaptando”, refere, quando questionado sobre se, em termos de infraestrutura, o
Hospital Dr. Nélio Mendonça tem espaço para acolher este tipo de situações. “Se a situação começar a escalar, mesmo ao nível nacional, é preciso adaptar as diferentes realidades”, conta o presidente do Instituto de Administração da Saúde da Madeira.
“O que estamos a fazer cá, o Mundo está a fazer!”, afirma, pedindo para que as pessoas usem a sua arma mais forte: proteger-se para evitar contágio. Apesar de longe do epicentro, a Região corre sempre riscos, uma vez que há casos na Europa e pessoas que continuam a viajar. “A distância é importante. A China ter fechado as suas portas também”, diz, admitindo, contudo, que o pico da epidemia deverá ocorrer dentro de um mês ou dois.