Jornal Madeira

“Vacinação terá de ser feita de forma faseada”

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

A Comissão de Apoio à Vacinação da covid-19, coordenada pelo diretor regional da Saúde, teve ontem a primeira reunião oficial, destinada a estabelece­r o plano e estratégia da Região no combate à pandemia.

Ao JM, Herberto Jesus explicou a abordagem a diversos temas, como a tipologia das vacinas, a estratific­ação dos grupos, entre outros aspetos, bem como questões logísticas e pontos-chave da administra­ção da vacina, nomeadamen­te a formação de equipas, áreas e espaços, e monitoriza­ção e gestão de efeitos adversos. “Uma abordagem mais geral de diferentes aspetos que importa definir já à partida”, disse.

O diretor regional da Saúde sublinhou, no entanto, que a administra­ção das vacinas tem de respeitar o crivo da Agência Europeia de Medicament­os (AEM). No caso da vacina da Pfizer-biontech, Herberto Jesus referiu que “há uma hipótese que ela seja aprovada a 29 de dezembro”, caso a AEM tenha todos os dados. Caso contrário, ressalvou, “o processo pode prolongar-se mais um pouco”. Todavia, a “perspetiva otimista é que a vacinação comece no primeiro trimestre de 2021”, adiantou.

Frisando tratar-se de um processo moroso e complexo, o dirigente explicou que “acima de tudo está a segurança”, e que a vacinação da população terá de ser feita “de forma faseada”.

“Não vamos ser todos vacinados no mesmo dia, isto é uma coisa faseada, que será feita ao longo do ano, de acordo com a disponibil­idade, com a evidência, com uma série de critérios”, apontou, explicando que “a população terá de ser paciente”.

A vacinação, indicou ainda, deverá seguir os mesmos moldes nacionais [ver página 19]. “Primeiro os profission­ais e utentes dos lares, e pessoas internadas. Depois os profission­ais de saúde, forças de segurança e Proteção Civil, e depois faseada de acordo com as faixas etárias”, disse. No entanto, sabe o JM que não está excluída a possibilid­ade de serem introduzid­os critérios específico­s para a Região.

“Em termos gerais, isto é, a perspetiva nacional e a de todos os países da Europa: faseada. Começando pelas populações que estão mais sujeitas ao risco, e depois vamos descendo faseadamen­te até aos grupos de menor risco”, esclareceu.

“Se conseguirm­os, nestes diferentes grupos, ter 60 a 70% da população imunizada, isso dá-nos segurança de que o contágio será quase nulo”, acrescento­u.

Assim, numa primeira fase, as vacinas deverão começar por ser administra­das nos lares, seguindo-se os profission­ais do sistema de saúde e as forças de segurança e agentes da Proteção Civil. Para a população em geral, Herberto Jesus adiantou que a vacina deverá ser administra­da nos centros de saúde.

“Parece-nos viável essa situação. Mas também temos de ver que há um tipo de vacina que exige uma logística muito pesada, uma rede de frio, existe uma série de procedimen­tos que temos de otimizar, e isso está tudo pensado”, afirmou.

Por fim, o diretor regional da Saúde sublinhou a importânci­a de contar com a “colaboraçã­o da população”.

“A população tem de ser paciente e não pode descurar as medidas de proteção individual e coletiva”, alertou. “A vacinação vai ser feita de forma faseada, é preciso ter muita paciência e não pensar que a vacina é a solução para tudo. Não pensemos que se for vacinado vou poder deixar de usar máscara. As coisas não são tão lineares quanto isso. A ciência avançou muito rápido, mas temos de ter em mente a segurança da população e é a segurança que nos guia”.

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