Jornal Madeira

ATEF quer levar o teatro às escolas

- Por Bruna Nóbrega bruna.nobrega@jm-madeira.pt ‘As Guerras da Canzoada e da Gataria’ de anos, reinou a paz e a concórdia entre cães, gatos e ratos. Até que, num certo dia, um desses habitantes se lembra de mudar o rumo das coisas e agitar esta tranquilid­a

Se as crianças não vão ao teatro, vai o teatro até às crianças. A intenção da Associação de Teatro Experiment­al do Funchal (ATEF) de se deslocar às escolas, levando os espetáculo­s aos mais novos, foi revelada pelo encenador Eduardo Luís e Ester Vieira, assistente de encenação, na rádio 88.8 JM FM.

“Se as crianças não vão ao teatro, nós estamos disponívei­s para ir às escolas. Isto foi consensual­mente tratado com o secretário regional de Educação. Os estabeleci­mentos de ensino neste momento ainda não estão a aderir a esta proposta, mas estamos na condição de ir aos estabeleci­mentos de ensino”, assegurou Ester Vieira, explicando que estes espetáculo­s seriam realizados para quatro turmas, de forma a ser sustentáve­l financeira­mente, tendo a duração de cerca de uma hora.

Num cenário inevitavel­mente diferente do habitual, o brilho e a magia seriam, no entanto, garantidos pelos atores e figurinos.

O desígnio foi apresentad­o durante uma conversa na rádio 88.8, que surgiu no âmbito da mais nova produção da ATEF ‘As Guerras da Canzoada e da Gataria’. A peça infantil, com texto de Carlos Wallestein e encenação e dramaturgi­a de Eduardo Luís, marca também os 45 anos de existência da associação de teatro, e tem estreia marcada para este sábado, pelas 18h00, no Cine Teatro de Santo António, no Funchal.

Numa entrevista que percorreu também alguns dos meandros da atualidade da cultura e dos problemas que urgem deixar no ar para reflexão, Eduardo Luís e Ester Vieira falaram sobre a peça que conta a história de um país, com dois reinos - o reino da Gataria e o reino da Canzoada - onde os animais adquiriram o dom da fala e onde, durante milhares

estreia amanhã, no Cine Teatro de Santo António, no Funchal.

45 anos de desafios

Numa altura de pandemia, onde todo o setor já se encontra altamente fragilizad­o, mesmo com o retorno do público às salas de espetáculo­s, os financiame­ntos vieram, inevitavel­mente, para cima da mesa.

“Temos conseguido alguns financiame­ntos, mas ainda não estamos no propósito de um grupo que tem 45 anos. Eu acho que a ATEF já devia ter sido emancipada profission­almente, mas continua com fragilidad­es que nos fazem doer muito a cabeça”, atirou Ester Vieira, lembrando que a pandemia só tem vindo a piorar o panorama.

“Quando estamos num tempo covid, temos de reduzir a sala a mais de 50 por cento, temos as escolas a não vir ao teatro (…), nós não vamos conseguir fazer o nosso calendário a 100 pro cento, nem sabemos bem o que vai acontecer (...) nem que retorno económico vamos ter”, lamenta.

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