Jornal Madeira

JUVENTUDE A NADAR

O Juventude Atlântico Clube garantiu a subida à III divisão nacional de natação, um feito que orgulha a coletivida­de, segundo o treinador Marco Oliveira, que perspetiva um grande futuro às ‘suas’ atletas.

- Por Décio Ferreira decioferre­ira@jm-madeira.pt

O Juventude Atlântico Clube garantiu a subida à III divisão nacional de natação, um feito histórico, tendo em conta a jovialidad­e da secção, criada apenas em 2013. Com uma equipa cujas idades variam entre os 13 e os 16 anos, o treinador Marco Oliveira almeja grandes planos para o futuro das suas nadadoras.

A subida de divisão, rumo aos nacionais, acabou por deixar toda a gente satisfeita, tendo em conta o trabalho que foi desenvolvi­do.

“Significa uma grande alegria e satisfação porque é um projeto novo, relativame­nte recente. O Juventude Atlântico já existe desde 1974, no entanto, a secção de natação foi apenas criada em 2013. Este é um projeto formativo, com crianças que começam a nadar desde muito jovens. Para obtenção de resultados ao nível nacional, temos de ter um mínimo de seis anos pela frente, de modo a que esse trabalho, dos atletas, dos pais, da direção da equipa técnica acabe por ser enaltecido”, fez questão de referir Marco Oliveira.

Por tudo isto, a subida aos nacionais acabou por ser uma espécie de cereja no topo do bolo, isto apesar da ansiedade vivida por todos os elementos da equipa.

“Pela situação que atravessam­os ao nível da pandemia, nós fomos nadar de forma responsáve­l, mas não demasiado obstinados e pressionad­os para seguir. Se seguíssemo­s teria de ser algo conquistad­o por nós, pela formação, e o que viesse daí, se fosse um lugar de subida, seria positivo. Houve alguma ansiedade na fase continenta­l, um eventual surto numa determinad­a localidade que estava inicialmen­te programado de ter sido alterado para a semana a seguir e para uma outra piscina. Ter de aguardar pelo cruzamento de resultados causou ansiedade, mas acabou por ser gratifican­te, pois pela primeira vez os Salesianos estão entre os melhores da natação nacional. Acabou por ser positivo”, frisou na oportunida­de Marco Oliveira.

De resto, o feito das jovens dos Salesianos torna-se ainda mais importante quando a média de idades ronda apenas os 14 anos.

“A média de idade da nossa equipa ronda os catorze anos, mas temos duas nadadoras com 13 anos, duas com catorze e uma com dezasseis anos, pelo que têm uma boa margem de progressão, caso queiram prosseguir na modalidade. É certo que vivemos numa ilha e, perante essa condição, o que acontece é que chegando ao 12.º ano começa a vir ao de cima a responsabi­lidade, as notas, tendo em conta o futuro universitá­rio, e muitas vezes as opções que escolhem prosseguir são fora da Madeira. Ainda assim, fico feliz nos cursos que estão a tirar porque isso significa que estão a trabalhar, não estão connosco, mas continuam a fazer o que gostam, porque se continuam é que estão motivadas e os resultados aparecem”, disse na oportunida­de.

Ainda assim, nem sempre é fácil motivar as nadadoras e, nesse sentido, pais e escola têm um papel fundamenta­l.

“Não é fácil motivá-las. Numa fase inicial, a natação acaba por ser um desporto muito interessan­te, não só para os pais como também para as crianças. Começamos sempre com uma vertente lúdica. Nos primeiros níveis de aprendizag­em conseguimo­s cativá-las com jogos didáticos por forma a que possam passar para níveis superiores. Já os pais colocam as suas crianças na natação por segurança e para um dia aprenderem a nadar. Depois desse processo concluído inicia-se o processo de aperfeiçoa­mento e consequent­emente introdução ao treino. Essa parte, para os pais, já obriga a algum trabalho, já que obriga a virem aos treinos mais regularmen­te, é mais extenuante, e para os pais conseguire­m acompanhá-las torna-se mais difícil, mas desde que elas estejam motivadas, conseguem sempre fazer esse esforço”, disse na oportunida­de.

Quanto ao futuro, o objetivo passa por continuar a subir, no entanto, esse processo tem de levar o seu tempo.

“Não é fácil. Não podemos pensar que em dois anos chegamos à I divisão. Não é assim. Têm de amadurecer, continuar motivadas, eu próprio tenho de ser mais criativo no processo de treino para que elas continuem a obter resultados. Diria que é sempre possível chegar à II divisão. Não sei se no próximo ano, mas vamos tentar ficar no primeiro terço da tabela. Se continuarm­os com o mesmo ou com outras nadadoras que começam a integrar a equipa principal, para conseguirm­os uma pontuação melhor e quem sabe ficar nas quatro primeiras posições.

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Jovens nadadoras protagoniz­aram feito histórico para a coletivida­de do Juventude Atlântico Clube.

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