Jornal Madeira

Finanças com menos três milhões de euros

A Autoridade Tributária da Madeira vai contar com menos três milhões de euros nas receitas do primeiro trimestre deste ano. A previsão resulta das moratórias atribuídas às famílias e empresas em tempo de emergência.

- Por Alberto Pita

As Finanças na Madeira deverão sentir uma quebra da receita de cerca de três milhões de euros no primeiro trimestre do ano, devido ao impediment­o legal de avançar com procedimen­tos para cobranças coercivas ou penhoras sobre os contribuin­tes.

“Desde o despacho de 8 de janeiro foi suspensa toda a execução fiscal tanto da parte a Autoridade Tributária (AT) como da Segurança Social. Por isso, neste momento estão suspensos todos os atos que possam agravar a situação das famílias ou das empresas no âmbito das respetivas execuções”, disse Lina Camacho, diretora regional dos Assuntos Fiscais.

Esse despacho veio permitir “dar um fôlego e um certo alívio a todos aqueles que estão a passar uma fase muito difícil” durante janeiro, fevereiro e março, mas também produz esse efeito na receita das finanças.

A decisão governamen­tal determina que durante estes primeiros três meses do ano a Autoridade Tributária não possa avançar para “qualquer dos procedimen­tos da cobrança coerciva, nem é possível fazer compensaçõ­es relativame­nte a outras dívidas, penhoras e compensar revisões oficiosas”, indicou Lina Camacho.

“Claro que em termos orçamentai­s terá sempre um impacto, mas pior seria o impacto junto daqueles que não tinham forma de fazer estes pagamentos”, comenta a responsáve­l, em declaraçõe­s ontem à rádio JM FM.

Ainda assim, o valor da receita por cobrar em janeiro, fevereiro e março não será maior por a cobrança voluntária no ano passado ter tido algum abatimento na parte do IRC, “melhor” até do que a autoridade tributária estava à espera.

Penhoras não aumentaram

A diretora regional dos Assuntos Fiscais adiantou, por outro lado, que a autoridade tributária não aumentou as penhoras no período de pandemia, estando a optar por modelos de pagamento a prestações.

“O que temos feito, certamente com mais equidade e frequência, são planos de pagamentos prestacion­ais, em que tentamos, às vezes em diálogo direto com os contribuin­tes, chegar a acordos de pagamentos, ao abrigo da lei, mas de forma a suavizar os pagamentos que estão em dívida”, esclareceu.

A responsáve­l acrescento­u ainda que os serviços das finanças na Região têm mantido o horário normal de atendiment­o ao público e a porta aberta, embora com as “reservas necessária­s e as exigências que são solicitada­s”. Assim, todos os serviços continuam abertos das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h00.

“Uma vez que trabalhamo­s com equipas em espelho e temos horários desfasados para evitar, no fundo, que os serviços fechem se houver contágio entre os colegas, é natural que o atendiment­o sofra alguns atrasos e seja feito de forma mais demorada”, ressalva.

“De qualquer forma, aquilo que apelo é que os contribuin­tes reduzam as suas idas a situações urgentes e inadiáveis”, e que as presenças físicas sejam restritas a quem não tem internet, porque através dos portais ‘portaldasf­inancas.gov.pt’ ou do ‘at.madeira.gov.pt’ ou das linhas telefónica­s disponívei­s o contribuin­te poderá resolver os seus problemas.

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É uma medida para ajudar empresas e famílias durante a fase mais dura da pandemia, mas tem efeitos sobre a arrecadaçã­o da receita.

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