Presidente acusado de 11 crimes
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande foi acusado de 11 crimes na sequência dos incêndios de junho de 2017, sete de homicídio por negligência e quatro de ofensa à integridade física por negligência, disse ontem fonte do Ministério Público.
Numa informação colocada no ‘site’ da Procuradoria da República da Comarca de Leiria, lê-se que “o Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria deduziu acusação contra um arguido, autarca do município de Pedrógão Grande, pelos crimes de homicídio por negligência e de ofensa à integridade física por negligência, alguns destes de ofensa à integridade física grave”.
Fonte do MP disse à Lusa que o autarca é o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, e especificou o número de crimes.
“Esta acusação é deduzida no âmbito de inquérito autónomo instaurado com base em certidão extraída do processo onde se investigaram os incêndios que, no dia 17 de junho de 2017, lavraram nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere e Ansião”, no distrito de Leiria, adianta a informação no ‘site’.
O chefe do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou ontem que as eleições presidenciais deviam ter sido adiadas, face ao estado de emergência no país, e sublinhou que a Constituição da República não é uma "vaca sagrada".
"A Constituição tem de ser instrumental, tem de estar ao serviço da democracia, do nosso sistema político e da sociedade", disse, criticando o argumento que aponta para a inconstitucionalidade do adiamento das eleições.
E reforçou: "A constituição não é uma vaca sagrada para se exibir. É algo que tem de estar ao serviço da sociedade em que vivemos".
Miguel Albuquerque, que falava à margem de uma visita ao Serviço de Proteção Civil da Madeira, no Funchal, onde procedeu à entrega de 11 viaturas ao corpo da Polícia Florestal, disse que a abstenção nas presidenciais, no próximo domingo, deverá ser elevada, prejudicando o "potencial candidato reeleito" Marcelo Rebelo de Sousa.
"A realização de eleições com estes condicionalismos é muito difícil", disse o presidente do executivo PSD/CDS-PP, que é também líder da estrutura regional social-democrata, lembrando que os números associados à covid-19 não param de subir ao nível nacional, havendo esta quarta-feira registo de 219 mortes e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus.
"Há muita gente que não vai votar, acho eu, muitos não podem votar, por exemplo, aqueles que estão infetados, alguns idosos não vão querer arriscar e eu penso que a abstenção será muito elevada e isso vem enfraquecer, do meu ponto de vista, o candidato que vai ser eleito, que, ‘a priori’, será Marcelo Rebelo de Sousa", declarou.
Às eleições presidenciais de 24 de janeiro concorrem o atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a ex-eurodeputada do PS Ana Gomes, o deputado único e presidente do Chega, André Ventura, a deputada ao Parlamento Europeu e membro da direção BE, Marisa Matias, o eurodeputado e dirigente da cúpula do PCP, João Ferreira, o dirigente da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o ex-autarca Vitorino Silva ("Tino de Rans"), agora presidente do RIR (Reagir, Incluir, Reciclar).