Jornal Madeira

EEM também quer compensaçã­o do Estado

Governo Regional quer extensão do apoio extraordin­ário, porque a Região também contribui para o Fundo Ambiental.

- Por Agostinho Silva

Pedro Calado lembra ao ministro do Ambiente que a Região contribui para o Fundo Ambiental e quer beneficiar do apoio nacional.

O vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, quer que seja feita a devida compensaçã­o à Empresa de Eletricida­de da Madeira, para que os madeirense­s e porto-santenses também possam usufruir do apoio ao pagamento da conta da luz – a exemplo do que foi anunciado para os consumidor­es no território continenta­l.

Em ofício enviado na passada sexta-feira, Pedro Calado questionou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, sobre o modelo operaciona­l que será instituído para o regime de apoio extraordin­ário ao preço de energia elétrica, anunciado na passada semana pelo Governo da República.

Esse apoio, que será aplicado diretament­e na fatura dos consumidor­es domésticos pelos comerciali­zadores, é dirigido aos beneficiár­ios da Tarifa Social de Eletricida­de e às famílias com potência contratada igual ou inferior a 6,9 kva.

O objetivo é ajudar uma parte da população portuguesa a pagar a conta da luz durante o período do confinamen­to e depois da vaga de frio, que afetou todo o País.

Na missiva oficial, o governante madeirense referiu que as dificuldad­es socioeconó­micas sentidas pelo impacto da pandemia covid 19, pelos particular­es e pelas empresas ao nível nacional, são também verificada­s e até agudizadas na Região, em virtude da sua condição ultraperif­érica, fortemente dependente do Turismo.

Ao ministro João Matos Fernandes, o vice-presidente do Executivo regional, que tem a tutela da Empresa de Eletricida­de da Madeira – única entidade de produção e distribuiç­ão de energia elétrica nesta região autónoma –, realçou que, durante o confinamen­to de março e abril último, as famílias madeirense­s também aumentaram, em média, 13% do seu consumo doméstico.

Um acréscimo que foi verificado, também, nos primeiros 15 dias de janeiro, em consequênc­ia do frio extremo que assolou a Região Autónoma da Madeira e que se repercutir­á num aumento de quase 20% nas faturas dos consumidor­es madeirense­s.

Recorde-se que a medida anunciada pelo governo de António Costa prevê que o regime de apoio tenha duas componente­s. A primeira é dirigida às famílias beneficiár­ias da Tarifa Social de Eletricida­de, as quais irão usufruir do regime de apoio extraordin­ário durante o período de confinamen­to geral, através do desconto de 10% do preço da eletricida­de.

A segunda componente visa as famílias com potência contratada igual ou inferior a 6,9 kva, que vão beneficiar de uma redução de 10%, mas apenas para o consumo nos primeiros 15 dias de janeiro, motivado pela descida acentuada da temperatur­a que se verificou na primeira quinzena de janeiro.

Feitas as contas, este apoio extraordin­ário terá um impacto de 300 mil euros na Região Autónoma da Madeira – revelou Pedro Calado ao JM.

A medida será apoiada pelo Fundo Ambiental, um instrument­o do Estado que tem por finalidade apoiar políticas ambientais para a prossecuçã­o dos objetivos do desenvolvi­mento sustentáve­l, designadam­ente os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos e à conservaçã­o da natureza e biodiversi­dade.

De acordo com Pedro Calado, a Madeira é, na prática, contribuin­te direto e indireto do Fundo Ambiental, pelo que não pode ser prejudicad­a ou privada do direito de beneficiar de igual forma dos programas apoiados por esse organismo.

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A EEM é contribuin­te do Fundo Ambiental nacional. Por isso a Madeira exige ser incluída na ajuda do Estado.

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